sábado, 31 de maio de 2008

Turma do Bem

Também, vem ao caso, o link com a Turma do Bem.

É um trabalho social do Dr. Fábio Bibancos, aqui em São Paulo.

http://www.turmadobem.com.br/

André e Mari

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Bibliografia

Pergunta feita pelo Yahoo! Questions:

"Minha monografia
Bom, estou fazendo minha monografia sobre radiologia odontológica, mas estou com dificuldades para poder organizar e terminar meu desenvolvimento, porque é muita informação, mas estou aberta a sugestões caso alguém queira me ajudar.

Se possível me passe algum link sobre o tema proposto".

Alice

É pra já:

Procure na melhor obra sobre tema:

Radiologia Odontológica
Freitas, Rosa e Souza.

De preferência, leia a última edição.

Enquete da Folha de São Paulo sobre mau-hálito

Assunto desagradável, porém de essencial importância social:

http://polls.folha.com.br/poll/0814902/results

Enquete da Folha de São Paulo sobre mau-hálito

Lumiracoxibe (Prexige®): até quando ele resistirá?

Também publicado no Dor on Line, um texto de Thiago Mattar Cunha (http://www.dol.inf.br/Html/Editorial.html) sobre os coxibs.

Particularmente, nunca fui muito fã deles. Os pacientes se queixam da baixa eficácia analgésica e do preço.

Em especial, o Celebra, que vejo com efeito analgésico quase nenhum. Prefiro os AINEs tradicionais.

É a minha opinião.

André

19 de maio: Dia da Cefaléia



Dores de cabeça, quem nunca as teve?
Problema atinge cerca de 30 milhões de brasileiros. A automedicação deve ser evitada.

Larissa Garcia Pinto

De acordo com o Departamento de Cefaléia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), cerca de 30 milhões de pessoas sofrem com dores de cabeça no Brasil. As mulheres adultas são as que mais sofrem, embora homens e até mesmo crianças também relatem o sintoma.
Apesar de existirem profissionais da saúde especialistas no tratamento das cefaléias, muitos pacientes acabam fazendo uso da automedicação, o que pode se tornar um problema e não a solução para as crises, pois pode mascarar alguns sinais e a real causa da doença. É o que alerta Célia Roesler, coordenadora do Departamento de Cefaléia da ABN.
Ela explica que isso acontece porque as cefaléias podem ser primárias (quando é a doença em si) ou secundárias – quando surgem como apenas mais um sintoma de outra doença (sinusite ou meningite, por exemplo).

Dra. Célia informa ainda que o indivíduo deve procurar tratamento quando as dores são freqüentes e atrapalham a rotina.
O tratamento pode ser longo na maioria das vezes, mas o resultado tem sido satisfatório na maioria dos casos. Existem pelo menos quatro tipos de dores de cabeça: a cefaléia tensional episódica – aquela “dorzinha” de leve a moderada, que todo mundo já teve alguma vez na vida, normalmente relacionada às noites de sono ruim, trabalho excessivo ou uso abusivo de álcool. É aliviada com o uso de analgésicos; cefaléia tensional crônica – acontece mais de duas vezes por semana e é tratada com analgésicos. Nesse estágio a pessoa já deve procurar tratamento; enxaquecas – é a mais conhecida dos tipos de dores de cabeça e é a mais tratada em consultórios. Dura de 4 a 72 horas e melhora, com uso de remédios, gradativamente. A dor geralmente é latejante e pode vir acompanhada de náuseas, intolerância a odores, barulhos, movimentos e luz.
A dor da enxaqueca é mais rica em sintomas por se tratar de uma disfunção química genética, provavelmente hereditária; cefaléia em salvas ou suicida – embora rara, é bastante intensa, sendo o pior dos casos. O paciente acorda no meio da noite por causa da dor e não melhora com o repouso. O tratamento é preventivo e pode ser feito com remédios para pressão, coração, epilepsia e até mesmo medicamentos psiquiátricos. Existem casos registrados de suicídio devido à doença.
Portanto, a melhor atitude é procurar um médico quando as crises tornarem-se freqüentes antes de tomar um analgésico, já que a mais leve dor de cabeça pode chegar a evoluir para quadros mais graves e de tratamento mais difícil.

Fonte: Dor on Line
http://www.dol.inf.br/index.html

A dor na ATM é hoje considerada uma forma de cefaléia. Entre todos os tipos já estudados, é ainda bastante desconhecida do público e dos profissionais, infelizmente. Mas vamos ver o que podemos fazer.
André

PS. A foto é de minha autoria, é o amanhecer sobre o Pico da Agulhas Negras, em maio de 2008

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Travessia da Serra Fina - MG - circuito das Terras Altas

Só fugindo um pouco do tema do blog, quero também agradecer ao nosso guia Guga Deusdato por ter nos levado através da Serra Fina, em Minas Gerais.

Sem ele, não teríamos escalado o Capim Amarelo, a Pedra da Mina, e o Pico dos Três Estados.


Ricardo Sbragia, Stefan Eitler e eu, nos Três Estados

Nosso guia Guga


Conrado Adolpho Vaz

Obrigado, Conrado.
Estou esperto com o seu livro!
São só os três primeiros capítulos por enquanto...

André

STF aprova realização de pesquisas com células-tronco embrionárias

O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou nesta quinta-feira (29) as pesquisas com células-tronco embrionárias no país. O Supremo rejeitou uma ação direta de inconstitucionalidade contra o artigo 5º artigo da Lei de Biossegurança que permite a utilização, em pesquisas, dessas células fertilizadas in vitro e não utilizadas. (Folha de São Paulo)

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u406855.shtml

Entenda o que são células-tronco embrionárias:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u378546.shtml

Parabéns, Selminha!!!!

STF aprova realização de pesquisas com células-tronco embrionária.

O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou nesta quinta-feira (29) as pesquisas com células-tronco embrionárias no país. O Supremo rejeitou uma ação direta de inconstitucionalidade contra o artigo 5º artigo da Lei de Biossegurança que permite a utilização, em pesquisas, dessas células fertilizadas in vitro e não utilizadas. (Folha de São Paulo)




Entenda o que são células-tronco embrionárias:




Parabéns, Selminha!!!!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Pesquisas com células-tronco

Acabei de ler na Folha. Esse debate sobre as pesquisas das células-tronco está mesmo fervendo.

De qualquer forma, torço para que os ministros do Supremo as aprovem sem nenhuma restrição. Vai ser difícil, pois acabou de sair um voto contra, do Ministro Direito.

Tenho uma amigona que luta pela causa, Selma Rodeguero. Esse é o site da Fundação Selma: http://www.fund-selma.org.br/

Vamos esperar.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u406255.shtml

Indicações

Endereço de dois amigos, médicos especialistas:

Dr. Maurício Lorena
Cirurgião Plástico

Dr. Gustavo Korn
Otorrinolaringologista
http://www.gustavokorn.com.br/

Av. Brigadeiro Faria Lima, 1811
Conjuntos 907 e 908
Jardim Paulista
São Paulo - SP
(11) 3812-1157
(11) 3031-7933

Podem confiar.
André

terça-feira, 27 de maio de 2008

Calor ou gelo?

Essa é a minha opinião:

Indico o gelo para traumas, logo depois que ocorreram.

Basta colocar três cubos de gelo dentro de um saco plástico para usar como compressa. Não penso ser necessário comprar aqueles bolsas gelatinosas. Se o paciente as tiver em casa, sem problemas em usar.

P.ex. criança caiu na piscina e bateu a boca. Aplico gelo ou calor? Gelo.

Outro exemplo: paciente foi submetido a exodontia do terceiro molar. Logo após a cirurgia, deve aplicar gelo. Depois das primeiras 48 horas, é mais indicado o calor.

Defendo o calor para dores já instaladas, não traumáticas. Como por exemplo, dor facial lateral, que pode estar relacionada a DTM.

P.ex. Vamos supor que o dentista diagnostique uma mialgia bilateral de masseteres. Aplico gelo ou calor? Calor. No caso em questão, o calor relaxa a musculatura da face.

Posso usar gelo para dor oro-facial? Sim, pois o frio é um agente analgésico potente.

Minha regra: gelo para dores pós-traumáticas. Calor para as demais, se não houver hemorragias.

André

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Ortografia

Bom, há uma questão que me incomoda.

Qual a grafia correta? Temporo-mandibular ou têmporo-mandibular?

No meu entender é grafado sem o acento.

Fonte: Cegalla, Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 46ª edição, p. 82.

Artigo: Dra. Maria Eloiza Gaio Delboni


Estudo dos sinais de DTM em pacientes
ortodônticos assintomáticos*


Maria Eloiza G. Delboni**

Jorge Abrão***

O objetivo deste trabalho foi estudar a presença de sinais de disfunção têmporo-mandibular
em pacientes assintomáticos ao início, durante e após o tratamento ortodôntico, através de
uma revisão da literatura, verificando se o exame clínico é um método suficiente para diagnóstico,
e se o tratamento ortodôntico é fator contribuinte para o desenvolvimento dessas
disfunções têmporo-mandibulares nestes pacientes. O tratamento ortodôntico não pode ser
considerado fator contribuinte para desenvolvimento de disfunções têmporo-mandibulares.

Resumo

Palavras-chave: Têmporo-mandibular. Ortodontia. Ortodontia corretiva. Síndrome da disfunção
têmporo-mandibular. Oclusão. Má oclusão.

** Ortodontista, Especialista pela USP-Bauru, Mestranda em Morfologia aplicada à Área da Saúde pela EPM-UNIFESP.
*** Professor Livre Docente do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria, Disciplina Ortodontia da Universidade
de São Paulo-USP.
*Resumo da tese de mestrado apresentada à Escola Paulista de Medicina - UNIFESP

INTRODUÇÃO

A prevalência de sinais assintomáticos e sintomáticos
relativos às disfunções têmporo-mandibulares
tem aumentado significantemente nas
últimas décadas. Há muitas controvérsias relacionadas
à etiologia dessas desordens, sendo preponderante
a que relaciona a multiplicidade de
fatores como hiperatividade muscular, trauma,
estresse emocional, má oclusão, além de inúmeros
outros fatores predisponentes, precipitantes
ou perpetuantes dessa condição. Em virtude da
complexidade etiológica e da variedade dos sinais
e sintomas que podem, genericamente, também
representar outras patologias, o reconhecimento
e a diferenciação das desordens têmporo-mandibulares
podem apresentar-se de forma não muito
clara ao profissional. Portanto, é importante
realizar, além do exame de rotina, uma anamnese
direcionada e exame clínico seletivo, para que
em conjugação com o conhecimento específico do
profissional levem ao diagnóstico e, subseqüentemente,
à elaboração do plano de tratamento.

REVISÃO DE LITERATURA

Através da revisão de literatura, Perry estudou
a disfunção têmporo-mandibular em adolescentes
pré-ortodônticos, observando que muitos
adolescentes apresentavam sintomas de DTM
nesta fase em que estavam sendo sempre vistos
pelo ortodontista, o qual tinha a responsabilidade
com a oclusão funcional equilibrada, e que muitos
ortodontistas negligenciavam a integridade das
articulações têmporo-mandibulares e da musculatura
mandibular.
Helkimo enfatizou a necessidade de uniformizar
as pesquisas nessa área, para esclarecer aspectos
ainda obscuros das desordens da articulação
têmporo-mandibular. Relatou que os sintomas são
muito comuns em uma população aleatória e afirmou
que não existem diferenças entre os gêneros
em relação à prevalência de sintomas. Ressaltou,
ainda, o caráter multifatorial da etiologia das desordens
do sistema mastigatório.
Aubrey, ao estudar as causas da disfunção da
articulação têmporo-mandibular em pacientes
adolescentes durante o período de tratamento ortodôntico,
assegura que a disfunção não se manifesta
durante os anos que o profissional mantém o
paciente sob observação, por isso o jovem pode tolerar
a disfunção durante anos, antes de algo provocar
os característicos espasmos e sintomas desta
síndrome. No entanto alguns destes jovens pacientes
têm estes sintomas, mas nunca os menciona
ao ortodontista porque não associam os dentes às
dores de cabeça.
Sadowsky e Begole realizaram um estudo
comparando 75 pacientes que tinham se submetido
a tratamento ortodôntico quando adolescentes,
com uma amostra de 75 pacientes que nunca
receberam tratamento ortodôntico. Os autores
avaliaram a oclusão funcional com a função da
articulação têmporo-mandibular e encontraram
bastante similaridade na prevalência de sinais e
sintomas nas articulações têmporo-mandibulares,
entre os grupos.
Combinando artrografia e cineradiografia, Isberg
e Westesson estudaram o movimento do disco e
côndilo na articulação têmporo-mandibular com e
sem estalidos (clicking), dissecando a autópsia de
cinco amostras da ATM com estalidos e quatro sem
estalidos (clicking). Concluíram que os estalidos
(clicking) estavam associados a irregularidades na
eminência articular durante o percurso condilar.
Willianson relatou a importância de se realizar
um exame clínico criterioso de sinais e sintomas
de DTM, antes de se iniciar o tratamento
ortodôntico, para que o paciente seja alertado
quando da presença desses sinais e/ou sintomas.
Nos casos em que se detecta a presença de estalidos,
deve-se tentar recapturar o disco antes de
iniciar o tratamento, e quando o paciente já se encontra
com travamento de abertura bucal, indícasse
o tratamento para estabilizar a oclusão e aliviar
a dor, antes de procedimentos irreversíveis.
Sadowsky e Polson, a fim de investigarem
as desordens têmporo-mandibulares e a oclusão
funcional após o tratamento ortodôntico, realizaram
dois estudos longitudinais. Foram selecionados
dois grupos de pacientes com más oclusões
de Classes I, II ou III, tratados ortodonticamente e
outro grupo não tratados, pelo menos há 10 anos.
Quanto à oclusão funcional, verificou-se uma alta
incidência de contatos em balanceio, em todos
os grupos, não havendo diferença estatística entre
eles. Os autores concluíram que as correções
ortodônticas com aparelho fixos, na adolescência,
não aumentam e nem diminuem, em geral, o risco
de que se desenvolvam desordens têmporo-mandibulares
no futuro.
Ao estudarem os sons da ATM com a morfologia
da articulação, Rohlin et al. observaram que
58% das articulações eram silenciosas, 20% apresentavam
estalidos e um deslocamento anterior
de disco. Outros 22% apresentavam crepitação e
exibiam, em sua maioria, artrose das superfícies articulares
e perfuração dos discos. Estes resultados
confirmam que estalidos e crepitações podem estar
correlacionados como sinais de morfologia anormal
das articulações. Mas a ausência de som não deve
ser fator indicativo de articulação normal.
Sadowsky et al. examinaram 98 pacientes
pré-ortodônticos, 176 durante o tratamento ativo
e 73 pós-tratamento, estabelecendo a prevalência
de ruídos articulares e sua possível relação com a
Ortodontia. A prevalência para o grupo pré-tratamento
foi de 40,8%, sendo de 60,8% para o grupo
em tratamento e 68,5% para os jovens já tratados.
Concluíram que os sons provenientes da ATM são
muito comuns antes, durante e depois do tratamento
ortodôntico.
Ao estudarem a correlação dos sons da articulação
têmporo-mandibular com a morfologia da
ATM, Eriksson et al. afirmaram que os sons podem
ser vistos como sinais de diferentes tipos de
patologias. No entanto, o estalido e a crepitação
não indicam que é uma articulação com morfologia
anormal. O estalido (clicking) duplo, na abertura
e fechamento mandibular, caracteriza-se por
deslocamento de disco articular com redução, e a
articulação silenciosa assintomática e limitação na
abertura indicam deslocamento de disco articular
sem redução. A crepitação freqüentemente indica
uma artrose. Concluíram que o grau de deformação
e deslocamento articular não podem ser analisados
através dos sons. Entretanto, a ausência de sons não
deve ser aceita como indicação de ATM normal.
Por meio de imagem de ressonância magnética,
Kircos et al. examinaram 42 articulações têmporo-
mandibulares. Demonstraram que a presença
de deslocamento de disco (32% da amostra) não
indica, necessariamente, a existência de DTM.
Apesar disso, os autores não excluem a possibilidade
de haver pacientes assintomáticos que futuramente
venham a manifestar disfunção.
Kaplan et al., em um estudo sobre articulações
têmporo-mandibulares, concluiram que existe
uma variabilidade na configuração e na espessura
de um disco articular normal e que muitas
vezes uma posição superior e anterior do disco
articular não representa estado patológico de um
deslocamento do disco articular.
O estalido, segundo Pullinger et al., é o mais
comum dos ruídos e representa um desequilíbrio
mecânico da articulação têmporo-mandibular e
dos músculos da mastigação.
Westesson et al. examinaram 40 pacientes
assintomáticos através de exames de artrografia e
radiografia, com ATM clinicamente normal, para
verificarem o grau de confiabilidade do exame
clínico. Os resultados mostraram (85%) das articulações
normais e (15%) destes pacientes assintomáticos
tinham alguma forma de deslocamento,
o que pode sugerir que exame clínico negativo das
articulações pode envolver um risco de 15% de
falso negativo. Conclui-se que não existe diferença
clinicamente considerável entre um disco deslocado
e um disco normal.
A ocorrência de sintomas têmporo-mandibulares
em 168 adolescentes foi verificada por Loft et
al., considerando a história de Ortodontia prévia
ou não. Um questionário anamnésico contendo 18
perguntas foi respondido pelos adolescentes, e tanto
os indivíduos do gênero feminino como os do
gênero masculino foram tratados com aparelhos
ortodônticos. Sintomas de dor e desconforto facial
foram mais relatados por adolescentes do gênero
feminino, os quais foram associados ao tratamento
ortodôntico. Esses resultados alertam para a necessidade
do ortodontista realizar um exame criterioso
de sinais e sintomas de DTM antes de iniciar o
tratamento ortodôntico.
Sidelsky e Clayton investigaram a presença
dos sons da ATM. Concluíram que os sons
da articulação têmporo-mandibular não representam
um problema, quando em pacientes
assintomáticos, e os ruídos na fase de abertura
constituem-se em uma característica clínica
questionável, quando não estão acompanhados
de outros sintomas.
Zarb et al. comentaram que a prevalência de
sons originários da ATM ainda é objeto de discussão.
Essa prevalência em pacientes assintomáticos
está em torno de 15 a 65%, sendo que 85% dos
indivíduos normais produzem algum tipo de som
articular em abertura máxima. Maiores estudos
devem demonstrar a importância e a evidência
dos sons articulares como diagnóstico diferencial
de pacientes com disfunções da ATM.
Widmalm et al., estudando 27 indivíduos
autopsiados, demonstraram que os sons da ATM
somente podem ser produzidos em articulações
com discos ou superfícies anormais. Articulações
normais eram consistentemente silenciosas. A presença
de som articular é provavelmente um bom
indicador de anormalidades articulares. A ausência
de som articular não pode ser utilizada como regra
da ausência de anormalidade articular. Sons como
estalos ou crepitações parece não ser característica
de diferentes tipos de patologias, como se pensava
antigamente.
O risco do tratamento ortodôntico, em relação
às desordens têmporo-mandibulares, foi estudado
através de uma revisão de literatura por Sadowsky.
O resultado desta pesquisa foi que tratamentos
ortodônticos, em crianças ou adolescentes,
geralmente não são riscos para desenvolvimento
de DTM no futuro. Essa conclusão foi obtida pelo
autor, baseado em dois fatores: primeiro, existe
uma multiplicidade de fatores que podem ser responsáveis
por causar ou exacerbar as DTM; segundo,
a mecanoterapia ortodôntica realiza mudanças
graduais em um ambiente com grande capacidade
adaptativa.
Ishigaki et al., após analisarem 355 pacientes
que apresentavam dores faciais, sons articulares
da ATM e limitação de abertura, concluíram que,
somente com o exame da percepção dos sons, o
clínico não é capaz de diagnosticar o tipo de desarranjo
interno da articulação do paciente. Os autores
chegaram a esta conclusão após constatarem
que 40% dos pacientes da amostra estudada apresentavam
deslocamentos do disco articular, porém
sem presença de sons na ATM e assintomáticos.
Tallents et al. publicaram um artigo sobre
sons articulares de 50 pacientes assintomáticos
que não apresentavam sons à palpação. Os autores
utilizaram gravação eletrônica dos sons articulares
(vibrações),e concluíram que 44% de todas as articulações
apresentavam sons identificáveis e que
50% dos sons eram emitidos quando o côndilo
estava posicionado no ápice da eminência articular.
Os sons sempre ocorriam no início da fase
da abertura, sendo diagnosticados como normais
pela ressonância magnética. Estes dados sugerem
que eventos como ausência de sons articulares
não demonstram o estágio de desarranjo interno
da articulação têmporo-mandibular em pacientes
assintomáticos.
O propósito do estudo de Tasaki et al. foi desenvolver
um sistema de classificação e prevalência
do deslocamento de disco articular, em pacientes
sintomáticos e assintomáticos, baseado em imagens
de ressonância magnética. Foram observados
diferentes tipos de deslocamento do disco, unilateral
ou bilateralmente em 82% dos pacientes sintomáticos
e em 30% dos pacientes assintomáticos.
Apesar da alta prevalência de deslocamento de
disco em pacientes sintomáticos demonstrar estar
associada à dor e disfunção têmporo-mandibular,
sugere, também, que deslocamento de disco foi
considerado comum em pacientes assintomáticos.
Ao estudarem a prevalência de desarranjos
internos da articulação têmporo-mandibular em
pacientes sintomáticos e assintomáticos, Katzberg
et al. utilizaram imagens de ressonância magnética
antes do tratamento ortodôntico. Os resultados
da pesquisa demonstraram haver deslocamento do
disco articular em 33% dos pacientes assintomáticos,
com diferença estísticamente significativa.
A prevalência de disfunção têmporo-mandibular
foi avaliada por Morrant e Taylor em 301
pacientes pré-ortodônticos. Os pacientes responderam
a um questionário padrão sobre sintomas
de DTM e foram avaliados clinicamente quanto
à presença de sinais. De acordo com os resultados,
os sinais e sintomas de DTM encontrados não
se correlacionaram com o gênero dos pacientes,
porém os ruídos articulares acometeram os mais
velhos, enquanto os indivíduos mais jovens apresentaram,
freqüentemente, limitação de abertura
bucal. Concluiu-se que, em um grande número de
pacientes, uma condição sub-clínica de DTM está
presente, podendo ser exacerbada com o tratamento
ortodôntico. Baseado neste fato, os autores
aconselharam a realização de um exame da ATM
antes de se iniciar a terapia ortodôntica.
McNamara e Türp revisaram a relação do tratamento
ortodôntico com as DTM e abordaram
as seguintes questões:
1) Tratamento ortodôntico
com aparelho fixo ou removível colabora para
maior incidência de DTM?
2) Extrações de pré-molares,
como parte de um plano de tratamento
ortodôntico, resultam em maior incidência de
DTM?
3) Tratamento ortodôntico previne ou cura
DTM?
Baseados em pesquisas, encontraram 21
publicações, as quais respondiam às questões da
investigação. Tratamento ortodôntico durante a
adolescência não aumenta e nem diminui a chance
de desenvolvimento de DTM no futuro. Não
existe evidência de risco para DTM associado a
qualquer tipo de mecânica ortodôntica. Extrações
de dentes não aumentam o risco para DTM e não
existe nenhuma evidência de que tratamento ortodôntico
previne ou elimina DTM.
A relação entre o tratamento ortodôntico e as
desordens têmporo-mandibulares (DTM), tem
sido de grande interesse para os ortodontistas, mas
somente na década passada, após um processo judicial
que atribuiu a causa da DTM ao tratamento
ortodôntico, houve um número significante de estudos
clínicos e metodologicamente bem conduzidos
que investigaram esta associação. Os resultados
da pesquisas foram detalhados através de uma
extensa revisão na literatura atual, por McNamara,
e resumidos do seguinte modo: 1) Sinais
e sintomas de DTM podem ocorrer em pessoas
saudáveis; 2) sinais e sintomas aumentam com a
idade, particularmente, durante a adolescência, até
a menopausa; a DTM que começa durante o tratamento
ortodôntico não pode ser relacionada com
o tratamento; 3) não existe risco para DTM associada
em qualquer tipo de mecânica ortodôntica;
4) não existem evidências de que oclusão estável
como meta de tratamento ortodôntico ideal previna
sinais e sintomas de DTM; 5) a extração de
dentes, como parte do plano de tratamento ortodôntico,
não aumenta o risco para desenvolvimento
de DTM. No entanto, existe pequena evidência
de que tratamento ortodôntico previna DTM, na
correção da mordida cruzada posterior unilateral
em crianças.
Henrikson et al. estimaram a prevalência de
sinais e sintomas de DTM, antes, durante e após
o tratamento ortodôntico, em 65 adolescentes.
A prevalência de sinais e sintomas foi medida com
um questionário anamnésico e avaliação clínica
em quatro períodos distintos: antes, durante, após
o tratamento ortodôntico e um ano após a terceira
avaliação. De acordo com os autores, o tratamento
ortodôntico não aumentou os riscos de sinais e
sintomas de DTM.
Garcia e Madeira4 estudaram os ruídos articulares
em 34 pacientes portadores de desordens
têmporo-mandibulares. Observaram, que o ruído
articular é um dos sinais da DTM, que indica alterações
na ATM, e permite estabelecer o diagnóstico
clínico da patologia articular, mas a ausência
de ruídos articulares não indica, necessariamente,
uma ATM saudável, uma vez que o deslocamento
do disco sem redução não provoca ruído.
O relacionamento entre tratamento ortodôntico
e sinais e sintomas de desordens têmporomandibulares
foi estudado por Henrikson e Nilner,
prospectiva e longitudinalmente, em 65
adolescentes do gênero feminino, com má oclusão
de Classe ll e tratamento ortodôntico, com
ou sem extrações. Concluíram que o tratamento
ortodôntico, com ou sem extrações, não aumenta
e nem diminui os riscos para DTM, mesmo que
o paciente tenha sinais e sintomas no pré-tratamento.
Nebbe, Major estudaram e avaliaram a prevalência
do deslocamento do disco articular em
adolescentes pré-ortodônticos (75 meninos e 119
meninas), através da imagem de ressonância magnética.
Este estudo demonstra que, embora a prevalência
de deslocamento de disco tenha sido mais
alta em meninas do que em meninos, comprovou
que este deslocamento ocorre freqüentemente em
adolescentes pré-ortodônticos.
Pacientes assintomáticos que procuram tratamento
ortodôntico deveriam ser avaliados e questionados,
pelo ortodontista, a respeito de sinais e
sintomas de DTM, antes de iniciar o plano de tratamento.
Mao e Duan, após pesquisas para estudar
a atitude dos ortodontistas chineses, relacionando
tratamento ortodôntico às DTM, através de um
questionário, concluíram, que a maior parte dos
ortodontistas pensa que o tratamento ortodôntico
inadequado poderia aumentar o desenvolvimento
de DTM e que o tratamento ortodôntico adequado
poderia prevení-la.

DISCUSSÃO

O controle das desordens têmporo-mandibulares,
que podem ser apresentadas como dor orofacial,
é um problema complexo em Odontologia.
Essa complexidade surge devido às várias desordens
que podem ser sintomáticas ou assintomáticas,
no sistema mastigatório.
A suposta relação entre a Ortodontia e as disfunções
têmporo-mandibulares tem despertado o
interesse da classe ortodôntica nos últimos anos.
Apesar dos significativos progressos na capacidade
de diagnóstico por meio de técnicas avançadas
como ressonância magnética, tomografia computadorizada
3D da ATM e a aplicação de procedimentos
clínicos mais sofisticados, esses avanços
não foram, porém, capazes de esclarecer a controvérsia
sobre essa possível relação.
Um reflexo dessa controvérsia é a maneira
como o tratamento ortodôntico é considerado nas
diversas publicações. Se para alguns autores, a correção
ortodôntica pode ser a cura das disfunções
da ATM, para outros pode predispor o paciente a
dores e disfunção do sistema estomatognático.
A fim de administrar efetivamente as desordens
têmporo-mandibulares, o ortodontista deve
ser capaz de diferenciá-las de qualquer outra condição
de dor orofacial. Uma vez estabelecido o
diagnóstico, o profissional pode, então, escolher a
terapia apropriada.
Entre outros fatores, o exame clínico merece
maior atenção por parte dos ortodontistas no
diagnóstico e plano de tratamento em Ortodontia.
A importância de se realizar um exame minucioso
de sinais e sintomas, antes de iniciar o tratamento
ortodôntico, é para que o paciente seja alertado
quando da presença desses sinais e/ou sintomas.
Alguns sinais e sintomas de DTM, que eventualmente
apareçam durante o tratamento ortodôntico,
podem não se associar diretamente a este, já
que ocorre uma coincidência nas épocas da realização
do tratamento e do surgimento dos mesmos.
A duração do tratamento também deve ser considerada,
uma vez que esse tratamento pode se prolongar
por muitos anos, expondo, naturalmente, o
paciente ao surgimento desses sintomas.
Muitos adolescentes apresentam sintomas de
DTM nesta fase em que estão sempre sendo assistidos
pelo ortodontista, e que evidentemente os
pacientes jovens possuem um alto limiar de tolerância,
justificando a ausência de sintomatologia
na maioria dos pacientes. Mas estas disfunções
podem não se manifestar durante os anos que o
profissional mantém o paciente sob observação.
No entanto, alguns destes jovens pacientes podem
ter estes sintomas, e nunca mencioná-los ao ortodontista.
Sugere-se que, em grande número de pacientes
pré-ortodônticos, uma condição subclínica de
DTM está presente, podendo ser exacerbada com o
tratamento20. Por outro lado, pesquisas demonstram
que, tratamento ortodôntico durante a adolescência
não aumenta e nem diminui a chance de desenvolvimento
de DTM no futuro, não é específico ou
necessário para melhorar sinais e sintomas, e
DTM que começa durante o tratamento não pode
ser relacionada com o mesmo.
Essa conclusão foi obtida baseada em dois fatores:
primeiro, existe uma multiplicidade de fatores
que podem ser responsáveis por causar ou exacerbar
as DTM; segundo, a mecanoterapia ortodôntica
realiza mudanças graduais em um ambiente
com grande capacidade adaptativa.
A maior parte dos ortodontistas pensa que o
tratamento ortodôntico inadequado deveria aumentar
o desenvolvimento de DTM e que tratamento
adequado poderia prevení-la. Mas não
existem evidências de que oclusão estável previna
sinais e sintomas de DTM.
Confirmando a não associação do tratamento
ortodôntico com sinais clínicos, através de um estudo
comparativo entre pacientes tratados e não
tratados ortodonticamente; avaliando a oclusão
funcional com a função da ATM, encontraram
bastante similaridade na prevalência de sinais e
sintomas nas ATMs entre os grupos.
Muito embora os sinais clínicos devam ser
soberanos, ao se considerar a necessidade de tratamento,
índices baseados em relatos de sintomas
podem orientar clínicos e pesquisadores na detecção
desses problemas6. E quando se tenta comparar
dados relativos à necessidade de tratamento de
DTM, dificuldades são normalmente encontradas
devido à falta de padronização de dados e, principalmente,
na definição de sintomas considerados
significativos.
Outro aspecto extensamente discutido na literatura
é a possível relação entre a presença de estalidos
articulares e a Ortodontia. Muitos pacientes
procuram por tratamento ortodôntico com o
objetivo da eliminação desses ruídos.
De maneira oposta, o tratamento ortodôntico
é considerado “responsável” pelo surgimento desses
ruídos durante ou após o tratamento.
Esses estalidos normalmente estão associados à
presença de deslocamento do disco articular para
anterior ou antero-medial. No passado, não
muito distante, este era um fator considerado indicativo
de tratamento, atualmente admite-se que
só se deve tratá-los quando associados à presença
de dor e/ou disfunção.
Um estudo realizado com 40 pacientes assintomáticos
e clinicamente normais, demonstrou que
15% dos pacientes assintomáticos tinham alguma
forma de deslocamento de disco que pode sugerir
que um exame clínico negativo das articulações
pode desenvolver um risco de 15% de falso negativo,
comprovando não existir diferença clinicamente
considerável entre um disco deslocado e
um disco normal.
Esse deslocamento de disco assintomático não
provocava qualquer distúrbio funcional, como
estalidos, movimentos irregulares ou limitação
de abertura. No entanto, a ausência de ruídos na
ATM não significa que ela se encontre bem posicionada,
uma vez que o deslocamento do disco
sem redução não provoca ruídos. Mas também
nem sempre a presença de sons é indicativa
de patologias.
O estalo, é o mais comum dos ruídos e representa,
um desequilíbrio mecânico da articulação
têmporo-mandibular e dos músculos da mastigação,
deslocamento anterior de disco, o qual não
indica necessariamente a existência de DTM.
E os estalidos estão associados a irregularidades na
eminência articular durante o percurso condilar.
A prevalência de desarranjo interno de pacientes
assintomáticos é significante, com valores
em torno de 32%. E a ausência de sons articulares
não demonstra o estágio de desarranjo
interno da ATM em pacientes assintomáticos,
após constatarem que 40% da amostra estudada
apresentavam deslocamentos do disco articular,
porém sem a presença de sons na ATM e assintomáticos.
Portanto, o diagnóstico da imagem
da ATM de um jovem paciente pré-ortodôntico
deve ser cuidadosamente considerado no mínimo
de resultados clínicos e interpretado para o benefício
do paciente.
Sons como estalos ou crepitação parecem não
ser características de diferentes tipos de patologias,
como se pensava antigamente. No entanto a presença
de som é provavelmente um bom indicador
de anormalidades articulares, mas a ausência de
som não deve ser utilizada como fator indicativo
de articulação normal.
A prevalência de sons originários da ATM ainda
é objeto de discussão. Esta prevalência em pacientes
assintomáticos está em torno de 15 a 65%,
sendo que 85% dos indivíduos normais produzem
algum tipo de som em abertura máxima.
Esse fato corrobora com achados de outros
autores que, utilizando ressonância magnética,
encontraram uma prevalência de 33% de deslocamento
de disco em pacientes assintomáticos e em
77% dos pacientes sintomáticos. Não foi possível
correlacionar tratamento ortodôntico aos desarranjos
internos da ATM, ou seja, o deslocamento
do disco estava presente indistintamente nos pacientes
com DTM e nos pacientes assintomáticos,
tratados ou não ortodonticamente. Deslocamento
de disco foi considerado comum em pacientes assintomáticos.
Porém, apesar da maior freqüência de disco
deslocado em pacientes com DTM sintomáticos34,
grande parcela de indivíduos assintomáticos apresenta
essa alteração morfológica, não necessitando
de tratamento. Para esses pacientes adolescentes,
processos adaptativos de alteração tecidual de tecidos
retrodiscais são responsáveis pela ausência
de dor e disfunção.
Deslocamento de disco pode ser associado
com desenvolvimento de sintomas clínicos de dor
craniofacial, uma vez que a capacidade adaptativa
é reduzida quando o crescimento ativo está completo.
Parece uma boa conduta não adotar somente
o exame clínico para concluir o diagnóstico das
DTM, principalmente as assintomáticas. Sendo
assim, além do exame clínico, é aconselhável até
que utilizemos exames complementares simples e
de custos reduzidos, porém, que nos mantenham
mais seguros do nosso diagnóstico em relação ao
nosso paciente.
Uma das justificativas para esta conduta, seria a
grande prevalência das disfunções têmporo-mandibulares
na população de um modo geral, e o fato
de muitos profissionais associarem este termo às
patologias que acometem apenas a articulação. No
entanto, a disfunção inclui qualquer desarmonia
que ocorra nas relações funcionais dos dentes e
suas estruturas de suporte, dos maxilares, das articulações
têmporo-mandibulares, dos músculos
do aparelho estomatognático e dos suprimentos
vascular e nervoso destes tecidos. O diagnóstico e
tratamento das DTMs, devido à etiologia multifatorial
das mesmas, tornam-se mais difíceis.
Portanto, antes de se iniciar o tratamento ortodôntico,
o profissional deve diagnosticar e avaliar
muito bem as DTM preexistentes, assim evita-se
que um risco presumido esteja presente durante o
tratamento ortodôntico.

CONCLUSÕES

Avaliando as informações obtidas na literatura
estudada, conclui-se que:

1) A porcentagem de pacientes que apresentam
DTM, assintomáticos, é significante, com valores
em torno de 32%.

2) A prevalência de ruídos articulares em pacientes
assintomáticos está em torno de 15 a 65%,
sendo que 85% dos indivíduos normais produzem
algum tipo de som.

2.1) Deslocamento de disco foi considerado
um achado comum em pacientes assintomáticos.

2.2) A ausência de ruídos articulares não indica,
necessariamente, uma ATM saudável, uma
vez que deslocamento de disco sem redução não
provoca ruídos.

3) O tratamento ortodôntico não aumenta e
nem diminui os riscos para DTM, nem piora sinais
e sintomas do pré-tratamento.

4) A literatura mostra-se concordante de que
somente o exame clínico não indica todos os defeitos
estruturais em pacientes pré-ortodônticos.

Enviado em: Fevereiro de 2004
Revisado e aceito: Novembro de 2004
Study of TMJ signs in orthodontic patients with no symptoms
Abstract
Study the presence of signs of temporomandibular desorders in asymptomatic patients in the beginning, during,
and after the orthodontic treatment, to verify if the clinical examination is enough for a proper diagnosis, and if
the orthodontic treatment is a factor that contributes for the development of temporomandibular dysfunction on
this asymptomatic patients. The orthodontic treatment was not considered contributing factor for development of
temporomandibular desorders.
Key words: Temporomandibular. Orthodontics. Corrective Orthodontics. Temporomandibular desorders. Occlusion.
Malocclusion


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Endereço para correspondência
Maria Eloiza Gaio Delboni
Rua 9 de julho - 1220,sl.101
Marília - SP
CEP: 17500-120
E-mail: eloizadelboni@ig.com.br

sábado, 17 de maio de 2008

Therabite. Que bicho é esse?

É um aparelho que força os movimentos de abertura da boca. Os americanos usam muito. No livro do Peterson, os autores dão bastante ênfase e parece que por lá, o uso é comum.

Na verdade, se colocarmos no Google (entre aspas, páginas do Brasil), acharemos pouquíssima coisa sobre ele.

Realmente, não conheço no Brasil ninguém que use. Também não sei de nenhum colega que trabalhe ou tenha experiência com o Therabite.


Para se ter uma idéia, nos EUA, vendem o Therabite até mesmo em lojas de esporte. Pois lá o conceito deles é bem mais comercial, do tipo "pagou, levou".

Segue uma foto promocional, só não quero que pensem que estou fazendo propaganda...








Se alguém souber conhecer alguém que conhece alguém que conhece alguém que usa o Therabite, por favor me escreva. E com urgência!

André

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Exames radiográficos: tomadas transcranianas laterais e faciais



Essa é uma radiografia específica para exame do côndilo. É a técnica chamada tomada transcraniana lateral.

Pode parecer ilógico para um leigo, mas podem acreditar que ela nos diz muita coisa.
Observem o côndilo dentro da círculo vermelho, (clique sobre a imagem para ampliar).
Gosto bastante desta incidência radiográfica. Ela é rica em detalhes. É apenas um pouco mais cara que a panorâmica.
Nem todos os centros a fazem.
Outra nota: minha amiga Luciana me falou do CIDOF. Realizar-se-á entre 29 maio e 1 de junho em São José dos Campos, cidade em que morei quando criança.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Artrose na articulação temporo-mandibular. Infiltrações.

Quero descrever um tratamento muito comum nos EUA, que acredito que não é feito aqui no Brasil.

Trata-se da viscossuplementação com agentes substitutos do líquido sinovial.

O profissional faz a infiltração local, com o objetivo, segundo Korolkovas: “de conseguir normalização da fluidez ou viscoelasticidade do líquido sinovial e a ativação do processo de regeneração tecidual da cartilagem articular. Isso resulta no equilíbrio funcional da articulação”.

Na especialidade de ortopedia médica, infiltra-se os derivados do ácido hialurônico. Usa-se no tratamento da dor na osteoartrose do joelho nos pacientes que não respondem a outras terapêuticas. A duração do efeito, segundo seus fabricantes, é de 12 a 36 semanas.

Acho que pelo pequeno volume de líquido sinovial nas cápsulas articulares das ATMs, seria preciso adaptar as seringas, que são calculadas para infiltrações em articulações maiores, como o quadril.

Minha opinião é de que essas infiltrações podem ser muito eficazes para aqueles pacientes mais idosos, com osteoartrose nas ATMs e com prejuízos funcionais.

Não sei de nenhum colega que usa essa técnica aqui no Brasil. Tampouco, sei se há permissão nas leis brasileiras para se fazer tal procedimento.

Se algum colega souber mais, por favor, escreva. Tenho muito interesse.

Outro detalhe: é preciso não confundirmos com as infiltrações feitas com corticóides nas ATMs. Estas são razoavelmente usadas no Brasil. Apesar de nunca ter precisado fazer nos meus pacientes. Profissionais mais experientes costumam usar. P.ex. sais de betametasona (Diprospan).

Há grande aversão dos pacientes por este tratamento, já que ninguém gosta de injeções. Precisamos sempre ponderar e sermos muito claros antes de apelar para estas infiltrações. Geralmente, têm efeito temporário. Como efeito adverso, a pele pode ficar mais clara no local da picada.

Visite também: http://www.osteoartrose.com.br/

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Relato de um caso, pela própria paciente


Este é um relato da Marilac, de Natal, RN. É um caso complexo.
Não a conheço pessoalmente, apenas nos falamos pela net.
Estou tentando ajudar na medida do possível. Ela veio a São Paulo, mas não conseguimos nos encontrar.

"Minha dor de ATM

Em 5/12/2005, depois de um acompanhamento com o meu dentista e sem obter melhora, fui encaminhada ao consultório da Dra.A, especialista em DTM e DOF. Compareci em 6/12/2005. Com queixas de dificuldades para mastigar, cefaléia constante e diária, dor nas articulações temporo-mandibulares, com ruídos e estalos nos ouvidos, dor no rosto, nos arcos maxilares, na região do ouvido e nos dentes . Persistem há oito meses, mas piorou no último mês.

Histórico Clínico:
Ao exame clínico local foi constatada mialgia da musculatura oro-facial. Aos testes de palpação um estalido bilateral e dor à palpação articular das ATMs, além da otalgia.
Foi iniciado tratamento medicamentoso para alívio da fase aguda.Teve resposta ineficiente. Conduta: instalação de um front-plateu. Porém, a resposta terapêutica foi pobre.
Paciente com quadro agudo de disfunção temporo-mandibular de difícil controle terapêutico.Foi encaminhada ao médico especialista em dor, ao cirurgião buco-maxilo-facial e ao psiquiatra em 3 de Fevereiro de 2006.



No mesmo dia eu fui ao Dr. B, cirurgião buco-maxilo-facial. Comecei um tratamento com ele, conforme relatório abaixo:

Relatório médico-hospitalar:
No dia 3/1/2006, a paciente Marilac nos procurou, apresentando DTM bilateral, com seis meses de desenvolvimento e uso de placa oclusal, tipo gig na região dos incisivos. Sem melhora importante.
Faz apertamento dentário, mesmo durante o dia. Passou por momentos estressantes (demissão do trabalho); justamente seis meses antes de nos procurar.
Saiu da empresa com forte crise de depressão, em tratamento médico. Apresenta mordida tipo II. Faz uso de prótese total na parte superior. Estava há um ano usando aparelho ortodôntico inferior.
Seguindo o protocolo de tratamento, iniciamos prescrevendo Tryptanol 25 mg. Refizemos a placa de mordida, desta vez ocupando toda a arcada.
Em 12/4/2006, como não havia resposta positiva ao tratamento, foi realizada a primeira artrocentese, que fez sumir as dores por praticamente 42 dias.
Em 24/5/2006, tivemos que realizar a segunda artrocentese, devida a agudização de quadro doloroso, com intensidade e igual a primeira.
Por fim chegamos ao extremo de aplicar morfina intra-articular em 10/6/2006, tão grande era a intensidade da dor.


Foi daí que decidimos optar por condilotomia bilateral por técnica intra-oral após discutirmos o caso com Dr. C – RJ.
Praticamente durante todo o tratamento mantivemos a amitriptilina, na dose de 25 mg ao dia, em certos momentos prescrito por neurologista Utilizamos até 75 mg ao dia, prescrito por Dr. D.
Antes de decidirmos pela cirurgia, foi sugerido, acupuntura, análises de hipnose, todos sem resultados efetivos.
A cirurgia foi feita em 10/8/2006
Atualmente está em tentativa de cessar ou diminuir o apertamento dentário. Permanece tentando a cura com análise, hipnose e atividade fisíca.
As dores das articulações sumiram, durante um período de 45 dias, mas o desconforto muscular, devido ao uso excessivo da musculatura mastigatória e o apertamento dentário permanecem, embora com menor intensidade.
Toda a sintomatologia é mais severa à esquerda, pois a paciente mastiga mais naquele lado, por ter mais dentes.
Dr.B – Cirurgião Buco-Maxilo-Facial



Em 31/6/2007 a mesma solicitou e foi encaminhada para tratamento fora do Estado em virtude das dores de grande intensidade.
Em 2/7/2007, fui encaminhada, pela secretaria da Saúde, para fazer uma avaliação com Dr. E, cirurgião buco-maxilo-facial.Ele me disse ser necessário fazer a reconstrução de mandíbula, para reposicionamento condilar.
Isso aqui, em Natal, RN.
O Dr. E deu o seguinte diagnóstico: A paciente Marilac, se submeteu a uma cirurgia sob anestesia geral e em nível hospitalar no Hospital da PM em 10/8/2006. Ela tem sérias complicações pós-operatórias, dor, edema, sem a menor condição de voltar às suas atividades normais. Ao exame radiográfico, verifica-se que a ATM do lado esquerdo encontra-se deslocada, com dor severa e sem condição de mastigar. Por isso, há a necessidade urgente de submetê-la novamente a uma intervenção cirúrgica de reconstrução dos côndilos mandibulares lado direito e esquerdo, também sob anestesia geral. Neste caso faremos fixação interna rígida, com parafusos e placas de titânio, reestabelecendo a fixação e sumindo a dor.
Como o SUS, não cobria esse tratamento aqui em Natal, fui encaminhada para Recife, para fazer uma avaliação por uma equipe de diagnóstico, no IMIP.


Então eu solicitei de Dr. B um laudo para levar para essa equipe que iria me avaliar.
Laudo médico de Marilac:
Histórico da doença atual: Desordem temporo-mandibular (DTM) e síndrome mio-fascial, que já foi tratada à exaustão com diversos recursos terapêuticos, inclusive cirúrgicos (condilotomia), sem sucesso na supressão dos sintomas, a não ser por curto prazo de dois meses. A paciente faz apertamento dentário.
Exame Físico: Dor bilateral nas ATMs, mais acentuada à esquerda, com limitação da abertura da bucal, mialgia crônica nos músculos temporais.
Diagnóstico Provável: desordem temporo-mandibular e síndrome mio-fascial.
Exames realizados: radiografia panorâmica, tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética.
Tratamentos realizados:
1 - Antidepressivo + ansiolítico + corticóides + analgésicos de ação central
2 – três artrocenteses
3 – Placa oclusão de mordida
4 – Hipnose
5 – Acupuntura
6 - Terapias psíquicas
7 – Condilotomia bilateral
8 – Fonoaudióloga
9 – Fisioterapia
Tratamento indicado: Alternativos aos que já foram aplicados sem sucesso como, por exemplo, ARTROSCOPIA e DISCOPEXIA.
Já exaurimos praticamente todos os recursos disponíveis e que reconhecidamente tratam com sucesso esse tipo de patologia, no entanto, o máximo que conseguimos foi manter a paciente por apenas um curto período sem dor (após a condilotomia). Não há na cidade artroscópio para ATM.

Justifico, em caso de necessidade, o acompanhamento urgente: A paciente tem dores faciais crônicas diárias que não permitem uma qualidade de vida adequada. Há procedimentos como, por exemplo, discopexia, que podem ser necessários, e que não temos experiência em realizá-la. Ou até mesmo a artroscopia, que exige aparelho específico não disponível em nossa cidade.
Assinado: Dr. B – cirurgião buco-maxilo-facial


21/6/2007
No dia 22/8/2007, fui avaliada pela uma equipe médica de diagnóstico composta por dentista, ortodontista, fonoaudióloga e um cirurgião buco-maxilo-facial o Dr. F, que me deu o seguinte diagnóstico: paciente com história de dor facial crônica (DTM) com inúmeras reduções durante diversos tratamentos, inclusive cirúrgicos, paciente apresenta indicações para realização de cirurgia de discopexia + artroplastia bilateral de ATM.
No dia 30/8/2007, voltei a o Dr. F para mais uma avaliação, depois de ter feito alguns exames, fui medicada com analgésico e antiinflamatório para aliviar a crise forte que estava no momento. Fiz todos os exames pré-operatórios.
No dia 5/10/07, a paciente foi submetida à desarticulação de ATM esquerda, vitimada por processo degenerativo local decorrente de seqüela cirúrgica prévia. Necessita de reabilitação fonoaudiológica e, eventualmente, de outra cirurgia, para a correção de deformidade mandibular residual. Paciente com quadro prévio de dor facial grave, com significativa redução pós-operatória do quadro em questão.
Dr. F – cirurgião buco-maxilo-facial


Após a cirurgia, fiquei internada durante 12 dias, em virtude de fortes dores de contratura muscular, e também por ter ficado muito debilitada.
Voltei para casa para terminar de me recuperar.Estava medicada com Miosan para a contratura muscular, além de outras medicações pós-operatórias.
Até hoje sinto todos os sintomas anteriores à cirurgia. Não abro minha boca normalmente, não consigo mastigar do lado esquerdo. Toda a alimentação precisa ser leve, pastosa ou líquida. Demoro bastante para ingerir em virtude de forte dor no local das articulações, sinto muita crepitação nos ouvidos, crises muito fortes de dor muscular na face, há irradiação para os ouvidos, cabeça, pescoço.Muitas vezes chega até ao braço esquerdo. Muitos dias, percebo o meu rosto inchado. Faço uso de medicamento relaxante muscular, como Tandilax, Dorflex, Miosan, Arcoxia, Sirdalud e outros, muitas vezes não suporto e vou ao pronto-socorro. Estou fazendo um acompanhamento com a fonoaudióloga conforme relatório abaixo discriminado:


RELATÓRIO DE ANAMNESE FONOAUDIOLÓGICA: No dia 12/5/2008, foi realizada a anamnese da paciente Marilac, com intuito de coletar informação sobre os seguintes aspectos: dados de identificação , queixas, antecedentes e desenvolvimento, aspectos respiratórios, hábitos orais nocivos, aspectos alimentares, atendimentos anteriores e resultados, exames solicitados e resultados.
Com relação aos dados de identificação, Marilac tem 48 anos de idade, é divorciada e tem dois filhos. Trabalhava como supervisora de recursos humanos da Amil, mas saiu do emprego em setembro de 2005, com forte crise de depressão.
Marilac foi encaminhada para o atendimento fonoaudilógico pelo cirurgião Dr. F. que realizou uma condilectomia lado esquerdo na paciente, indicou o uso de aparelho ortodôntico inferior e tratamento fonodiaudiológico. Indicou ainda outra cirurgia de avanço da mandíbula.
A queixa da paciente é de problema de ATM. Relata que sente muita dor local nas ATMs de ambos os lados, dor de cabeça, dor nos ouvidos, apresenta ruídos articulares, tonturas e cansaço. Todos os sintomas citados aparecem com freqüência, é grande o desconforto. Com relação aos antecedentes e desenvolvimento, ninguém na família apresenta o mesmo problema. O problema dela surgiu juntamente com sua depressão em 2005, quando era submetida a muito estresse no trabalho.
A paciente apresenta movimentos e funções mandibulares limitadas. A abertura de boca é limitada e com dor, o fechamento é normal. Apresenta dificuldade na lateralização para o lado esquerdo, e realiza protrusão. Sua dor e limitação não interferem na respiração, porém refere ter rinite alérgica. Apresenta dor do lado esquerdo durante o bocejo, tem bastante dificuldade na mastigação, que é unilateral. Na deglutição apresenta engasgos freqüentes com saliva e alimento. Após a deglutição apresenta restos de alimentos no vestíbulo oral esquerdo. Relata que há dias que não consegue nem falar por sofrer tanta dor.
Com relação aos hábitos orais nocivos, a mesma apresenta bruxismo e briquismo, durante o dia. Tenta se vigiar para tais hábitos, que acontecem principalmente quando está estressada. Ela se julga muito tensa, ansiosa e perfeccionista.
A alimentação é bastante lenta, só come alimentos triturados por causa da dor durante a mastigação. Mastiga apenas do lado direito.Tem movimentos de cabeça para frente e apresenta ruídos laríngeos ao deglutir.
Com relação aos tratamentos anteriores e resultados, Marilac relata que faz uso da placa de oclusão dentária. Tratou-se com fisioterapia, acupuntura, psicólogo e psiquiatra. Foi submetida a duas cirurgias. Uma em Natal, realizada no dia 10/7/2006 pelo Dr. B, e a outra em Recife no dia 10/10/2007, realizada pelo Dr. E, quando foi feita uma condilectomia do lado esquerdo. A paciente não sabe o que foi feita na primeira cirurgia, mas relata apenas que foi feita por dentro da boca e de ambos os lados. No momento, faz uso de prótese total superiorl, está usando aparelho ortodôntico inferior, e faz uso de medicamentos.
Com relação aos exames e resultados, já realizou vários exames desde o início do seu problema. Tem todos guardados, mas só agora tomou conhecimentos dos seus laudos, depois que seu tratamento passou para o Dr.E.
Natal, 22 de março de 2008. Dra. G – fonoaudióloga


Sabia que tinha alguma coisa errada depois da cirurgia que fiz com o Dr. B, pois continuava com os mesmos sintomas e em grande intensidade, fazia os exames, ele me via e dizia que estava ok. Não agüentei mais e busquei um tratamento fora do Estado.
Não podia estar tudo bem se eu ainda estava com dor.
Hoje, ainda continuo com dor. Estou com uma cirurgia marcada em Recife, no dia 4/6/2008 para avanço mandibular.
Já fiz várias pesquisas na internet. Todos os dias leio sobre esse assunto e já conversei, por telefone, com profissionais de outros Estados, pedindo opinião a respeito do meu caso. Li vários comentários de pessoas que ficaram boas só com tratamento. Mas o meu caso se complicou muito".


Marilac


Visite também: http://www.sbcc.org.br/

http://www.sbtd.org.br/

http://www.sbce.med.br/index.asp


sábado, 10 de maio de 2008

Pergunta: Celebra x Tilatil ???


Respondendo ao e-mail de uma paciente, que me perguntou no Yahoo! Questions. A paciente me autorizou a publicar, apenas pediu para colocar suas iniciais.


Celebra x Tilatil ???

“Dr. André, boa noite;
Tenho 34 anos, sou professora.
Já sofri muito no passado com as dores oro-faciais e na ATM. Até 2002 fazia tratamento com um médico otorrinolaringologista aqui no interior de SP.
Na época, quando tive dores, o médico me receitou o Vioxx 25 mg, durante 7 dias. Era ótimo para a dor e fiquei curada desde então.
Na semana passada, procurei o médico novamente, pois as dores voltaram. Não o encontrei, pois ele não mora mais na minha cidade.
Ouvi falar que o Vioxx foi retirado do comércio, é verdade?
Uma amiga me disse que eu poderia tomar o Celebra 200 mg no lugar do Vioxx.
Sofri uma torção na coluna no Carnaval e um ortopedista me indicou o Tilatil 20 mg, para tomar um comprimido a cada 12 horas, durante cinco dias.
Gostaria de saber se posso tomar o Celebra ou o Tilatil para a dor.”

A. J.
Botucatu – SP



Minha resposta:

Entendo o que me conta A.J.
Realmente, o Vioxx foi retirado do mercado faz alguns anos, não me lembro exatamente.

Também a automedicação é um hábito dos brasileiros que deve ser sempre combatido. Espero que me entenda e não leve a mal.

O que posso esclarecer é o seguinte: Vioxx, Celebra e Tilatil são antiinflamatórios. Não há um deles que seja melhor do que o outro. Alguns pacientes se sentem melhor o remédio X; outros com o remédio Y e assim por diante.

No seu caso, o correto é procurar um profissional para uma nova avaliação. Mesmo porque a dor que a Sra. sofreu em 2002 pode não ter a mesma causa da dor que sofre hoje. Por isso, não cabe tomar o mesmo medicamento hoje.

Precisamos ter certeza antes do que se trata para indicar a medicação, o que só pode ser feito após um exame clínico. Consultas por internet não existem, sempre digo isso.

Vou pesquisar, pois tenho certeza que em Botucatu há algum profissional que possa tratar essa sua dor. Infelizmente, não tenho nenhum contato aí na região para indicar no momento. Mas tenho seu e-mail e vou pesquisar.

Qualquer coisa, escreva-me novamente.

Mialgia do masseter e trismo

Mialgia, segundo Houaiss: “dor muscular, provocada geralmente por hipertonia muscular ou traumatismo; miodinia, miosalgia”.

Uma das causas mais comuns de dor oro-facial é a mialgia dos músculos masseteres. Eles estão localizados bilateralmente, na face, entre o processo zigomático e o ramo da mandíbula.

A mialgia do masseter é na grande maioria das vezes causada por fadiga da musculatura, seguida de contratura e inflamação. Há também aquelas pós-traumáticas.

Podem causar dor incapacitante, de grande intensidade. O paciente fica bastante ansioso nestes casos, pois o assusta bastante. Ouvimos frases do tipo “minha cabeça parece que vai explodir”. São casos de urgência certas vezes, necessitando de intervenção imediata do dentista.

Muitos casos, o público procura um pronto-socorro comum, já que não se faz a menor idéia do que se trata. Os médicos plantonistas geralmente estão familiarizados com tais casos.

Às vezes podem também causar o chamado trismo, ou seja, a incapacidade de se abrir a boca, dificultando a alimentação. O trismo também é sinal observado no tétano, porém causado pela ação da toxina tetânica. Trismo, segundo Houaiss: “constrição mandibular devido à contratura involuntária dos músculos mastigatórios, que se constitui em um dos sinais característicos do tétano”. Essa definição é, na minha opinião, a melhor de todas.

O tratamento se faz em duas partes:

1) tratamento de urgência: quando a dor é intensa, ou quando há impedimento de se abrir a boca, é feita normalmente uma aplicação intramuscular (no glúteo) de um relaxante muscular, para melhorar a abertura de boca. Em seguida é indicada uma medicação analgésica. Também indicamos a aplicação de gelo ou calor, dependendo do caso e do tempo da afeccção. Um exame radiográfico é necessário se o trismo foi causado por agente traumático físico.
Essa fase, às vezes é feita em pronto-socorro, por médicos plantonistas. Mas pode ser feita pelo dentista, se disponível no serviço de atendimento.


2) tratamento clínico: passada a fase álgica, quando o paciente estiver mais confortável, indicamos o tratamento de rotina. Em especial com fisioterapia, que pode ser feita em casa pela própria pessoa, sem necessidade de acompanhamento profissional especializado. Deve ser feita sempre pelo dentista, com experiência ou especilização em DATM.

Normalmente, temos bom prognóstico nestes casos. Claro o sucesso do tratamento depende da colaboração, que depende muito da boa vontade e da disciplina dos pacientes.

Particularmente, já vi casos em que as pessoas entraram em desespero. Lembro-me de um caso que vi na faculdade, quando a mãe trouxe a filha de 14 anos, aos gritos...mas enfim ossos do ofício. Admito que estava mais assustado que a paciente, pois eu era estudante e novato.


Por enquanto é isso.



quinta-feira, 8 de maio de 2008

Os estalos e seus significados

Muito comuns na coluna vertebral, cervical ou em nossos joelhos. Os estalos durante os movimentos são naturais, portanto não são sinais patológicos. São freqüentes na ATMs durante os movimentos de mastigação.

O nome científico para o estalo é crepitação. Segundo Houaiss, crepitação é “um estalo ou estalido provocado pelas fagulhas provenientes do fogo ou da brasa que chamusca ou queima alguma coisa”.

Noutros casos, as crepitações são sinais mais graves. A definição para os ortopedistas é “estalido que fazem as partes de um osso fraturado sob estímulo de certos movimentos”.

As crepitações são causadas por choque entre estruturas sólidas entre si, como ossos, cartilagens ou tendões.

O paciente que sofre de crepitação nas articulações temporo-mandibulares precisa ser examinado. É rotina o profissional solicitar apenas uma radiografia panorâmica, suficiente na maioria dos casos. Há outros exames de imagem mais sofisticados, como as tomografias e ressonâncias magnéticas, porém mais caros.

Com o exame radiográfico, o profissional pode avaliar a integridade dos côndilos mandibulares quanto à curvatura das superfícies articulares, artrose ou calcificações patológicas.

Na nossa experiência, basta uma radiografia panorâmica para um bom diagnóstico da dor na articulação. Útil para excluirmos um dano estrutural nos côndilos


Não é nada caro ou sofisticado, mas os pacientes costumam ignorar nossas recomendações. Infelizmente.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Dor oro-facial no Sex and The City?

Ouvi dizer que há um episódio do Sex and The City em que a Miranda não sai de casa porque está com uma dor oro-facial lascada.

É sério?
Mari, você já assistiu a todos os episódios que eu sei.


domingo, 4 de maio de 2008

Sobre as placas oclusais para o bruxismo

Como funcionam? Quais são os seus objetivos?

Antes de tudo, as placas podem ser moldadas em acrílico ou em silicone. São indicadas para quem range os dentes durante dia ou à noite. Também valem para quem sofre dor constante na ATM, sem bruxismo, casos em que chamamos de "apertamento dentário" (termo não científico, porém mais ilustrativo).

As placas de acrílico são as mais resistentes e obtemos melhores resultados nos tratamentos. Em contrapartida, as placas de silicone são as mais confortáveis.

Muitos casos clínicos se mostram assim: pacientes que perderam alguns dentes têm suas linhas oclusais modificadas, havendo apoio, por exemplo, apenas sobre os caninos. Ou seja, quando o paciente morde, apenas os caninos têm contato entre o arco superior e inferior. Os demais dentes ficam livres, sem contatos com os seus antagonistas.

Com o passar do tempo, o excesso de carga oclusal (de mordida) causa danos ao periodonto destes caninos.

Em outras palavras, a idéia da placa é criar um contato completo entre todos os dentes existentes, para uma melhor distribuição das forças mastigatórias.

Casos mais graves, como por exemplo, quando o paciente morde apenas do lado esquerdo, devemos reabilitar a mordida com uma placa de acrílico, com o objetivo de morder do lado esquerdo e direito simultaneamente.

A maior queixa dos pacientes que usam a placa é o desconforto. Isso os leva ao abandono do tratamento. A fonação também é bem prejudicada para quem deve usá-las durante o dia.

Na minha opinião, as placas são ótimas ferramentas, mas realmente não é fácil conseguirmos a adesão do paciente ao tratamento. Eu as indico somente em casos mais graves.

Não as considero para a primeira escolha em um tratamento.

Espero que a nossa explicação tenha sido simples e enriquecedora.

Obrigado.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Cientistas isolam bactéria que combate o mau hálito




Bactéria "come" substâncias que causa o mau hálito.

Pesquisadores da universidade britânica Kings College dizem ter conseguido isolar um tipo de bactéria que pode acabar com o mau hálito.
O experimento pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos para combater não só o mau hálito como outros odores corporais, como o chulé.
As substâncias que causam o mau hálito são produzidas por aminoácidos que contêm enxofre.
Os cientistas isolaram as bactérias chamadas metilotróficas, que comem as substâncias que causam o odor bucal, da língua, das placas dentárias e da gengiva dos voluntários que participaram do estudo.
Até agora, essas substâncias malcheirosas não eram consideradas um parte normal do ambiente microbiótico que existe dentro da boca.
Os cientistas do Kings College, no entanto, não viram diferença entre os tipos de bactéria encontrados na boca de voluntários saudáveis e daqueles que sofrem de periodontite, uma infecção na gengiva associada com o mau hálito.
Os pesquisadores suspeitam que as pessoas que têm mau hálito tenham apenas níveis menores da bactéria que "come" as substâncias que causam o odor.
Hábitos
Mas a cientista responsável pela pesquisa, Ann Wood, explicou à BBC que certos hábitos também podem aumentar as chances de uma pessoa ter mau hálito.
"Má higiene oral leva à acumulação de materiais entre os dentes, cobrindo a língua com a deposição de placas. Tudo isso tende a aumentar o total de compostos (malcheirosos).
A equipe britânica já havia demonstrado que existem bactérias metilotróficas nos pés - onde derivados do enxofre também podem causar odores.
Ann Wood diz que pode ser possível desenvolver soluções bucais e pastas de dente que melhorem a atuação das bactérias metilotróficas.
As quantidades de bactérias bucais dependem de uma série de fatores, incluindo doenças da boca e do fígado e hábitos como alimentação e fumo.
Phil Stemmer, da organização Fresh Breath Centre (Centro para o Hálito Fresco, em tradução livre), em Londres, disse que a teoria de Wood parece promissora.
fonte: BBC Brasil


http://www.sobrape.org.br/


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