quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Dentista viaja pelos EUA e denuncia crise dentária



Nos 18 anos em que ele vem trabalhando em seu consultório privado, casas de repouso e, mais recentemente, em uma clínica odontológica móvel que percorre os rincões mais isolados dos montes Apalaches, Edwin Smith pôde contemplar extremos de negligência.



Viu a vergonha de uma menina de 14 anos que mantinha a cabeça baixa por ter perdido a maioria de seus dentes em função da subnutrição, e o orgulho de um montanhês idoso que, sem dinheiro para o dentista, arrancou sozinho dois de seus dentes infeccionados, com a ajuda de um alicate e um gole de água oxigenada.
Ele viu os resultados brutais das agressões de maridos irados que espancam suas mulheres e o resultado final dos truques dos viciados em medicamentos que racham os dentes um a um para conseguir receitas de remédios contra a dor. Mas o que ele mais vê são pessoas comuns que enfrentam tanta dificuldade para manter comida na mesa que negligenciam a higiene bucal. Muitas delas comem doces, usam água de poço sem flúor, e começaram a arruinar seus dentes há muito tempo, porque fumam e mascam tabaco.
Smith tem oportunidades raras de observar a situação do Kentucky, o Estado americano que tem a maior proporção de adultos de menos de 65 anos desdentados, e no qual metade dos residentes não dispõem de planos odontológicos. Ele se esforça por combater os efeitos da escassez crônica de dentistas nas áreas rurais, e a lentidão no avanço quanto aos hábitos de higiene bucal.
"O nível de necessidade é difícil de avaliar sem que você o veja de perto", disse Smith, que opera uma clínica odontológica gratuita em um dos condados mais pobres do Estado. Ele também fornece tratamentos gratuitos a cerca de metade dos pacientes que utilizam seu consultório pessoal em Barbourville.
O Kentucky está entre os piores Estados americanos no que tange à proporção de cidadãos de baixa renda atendidos por clínicas odontológicas gratuitas ou subsidiadas, e menos de um quarto dos dentistas do Estado aceita pagamentos via sistema Medicaid, um seguro federal de saúde, de acordo com dados federais de 2005.
Até agosto de 2006, quando o sistema foi reformado, o índice de reembolso do Estado para pacientes atendidos sob o Medicaid era um dos mais baixos do país. Os especialistas dizem que isso contribui para a escassez de dentistas em áreas mais pobres e rurais. A diretora de odontologia do Estado, Julie Watts McKee, afirmou que, no ano passado, o reembolso via Medicaid para serviços odontológicos prestados a crianças do Kentucky foi aumentado em 30%.
Mas mesmo com o aumento, coberto pela redução em benefícios ortodônticos, o pagamento do Medicaid aos dentistas é ainda 50% inferior ao valor de mercado, disse Ken Rich, diretor de odontologia do Medicaid estadual. E no caso dos adultos, ele afirma, o valor é 65% inferior ao de mercado.
"Não muita coisa mudou, por aqui, ao longo dos anos", disse Glen Anderson, que faz dentaduras em Corbin, Kentucky, há duas décadas. Ele vende por US$ 400 um par de dentaduras que muitos dentistas fornecem por US$ 1,2 mil ou mais. Como seu pai, avô e irmão, ele as faz sem licença. "Os trabalhadores irregulares existem por um motivo, aqui", afirma Anderson. "As pessoas precisam de dentes, mas não têm dinheiro para pagar um dentista".
Embora o Estado esteja entre os piores do país em termos de saúde bucal, não é nem de longe o único. Os moradores de Estados vizinhos sofrem de problemas odontológicos semelhantes, e por motivos também parecidos ¿acesso inadequado a tratamentos odontológicos, incapacidade de pagar o dentista, uso generalizado de tabaco de mascar e uma pressuposição generalizada de que perder dentes é inevitável quando a pessoa envelhece. A Virgínia Ocidental, por exemplo, que têm a maior população de desdentados com idade superior a 65 anos, também tem uma das menores proporções de adultos que consultam um dentista ao menos uma vez por ano.
Smith está tentando detectar e resolver problemas antes que avancem demais. A cada semana, ele percorre as tortuosas estradas dos Apalaches com sua clínica móvel, a Kids First Dental Care, e visita escolas para oferecer consultas grátis a crianças dos condados mais pobres do Kentucky. Smith investiu US$ 150 mil em dinheiro pessoal na montagem da clínica, que ocupa a carreta de um caminhão de 18 rodas. A clínica tem sete funcionários, e seus custos são bancados com doações privadas e verbas do Medicaid.
A dor causada por problemas odontológicos é uma das causas dominantes de dias de aula perdidos por estudantes do Kentucky, de acordo com funcionários do serviço estadual de saúde, e quase metade das crianças do Estado tem entre duas e quatro cáries não tratadas. Cerca de 10% dos moradores do Estado são completamente desdentados, de acordo com dados federais de 2004.
Smith diz que, em seu consultório privado, pelo menos uma vez por mês atende a um paciente que colou um dente quebrado à raiz ou a um dente adjacente. Ele também encontra pacientes que tentam evitar os custos de um tratamento odontológico fazendo gargarejos com álcool, a fim de reduzir as infecções dentárias, ou usando comprimidos de aspirina pulverizados como solução para reduzir a dor nas gengivas. Ambas as táticas agravam os problemas, porque queimam as gengivas e causam úlceras, ele afirma.
"Sob o Medicaid", diz Smith, "a única escolha disponível para uma pessoa com severa infecção dentária é uma extração, mesmo que ela tenha 25 anos de idade e se trate de um dente da frente". Ele acrescenta que o programa não cobre tratamentos de canal ou dentaduras, ainda que ajude a pagar por uma dieta de líquidos para pessoas em dentes.
O Medicare, o programa federal de saúde para idosos, não paga serviços odontológicos. Smith disse que algumas pessoas presumem que, porque seus pais e avós perderam os dentes antes dos 40, o mesmo se aplique a elas. Elas consideram que, sem dentes, não sofrerão dores de dente, e assim os arrancam preventivamente.
"Tente encontrar emprego, se você tem 30 ou 40 anos e não tem os dentes da frente", disse Jane Stephenson, fundadora de uma escola que oferece treinamento profissional a mulheres de baixa renda dos Apalaches. Ela conta que seu programa começou a ajudar mulheres a comprar dentaduras 10 anos atrás, e que cerca de metade delas, a maioria das quais na casa dos 40 anos, perderam dentes ou têm focos de infecção.
Já Justin Baker ostenta dentes escuros e tortos e serve como exemplo de outro dos problemas de higiene bucal do Kentucky: o uso de anfetaminas. "Eles apodreceram", diz Baker, 16 anos, sobre os danos causados por menos de um ano de uso de drogas.
O Estado também tem o maior número de fumantes do país, e uma das maiores proporções de uso de tabaco para mascar. Enquanto Baker se sentava para lavar a boca, na clínica odontológica gratuita de sua escola, a Knox Central High School, em Barbourville, Smith lamentava.
"Mesmo que ele consiga dar uma virada em sua vida, o estrago está feito", comentou o odontologista, sobre a alta probabilidade de que Baker logo perca todos os dentes.
Tradução: Paulo Migliacci ME

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Resultado - Aprimoramento Profissional 2013 - Hospital do Servidor Público Estadual, São Paulo, Capital


Opção 017 Odontologia/Cirurgia Buco Maxilo Facial –
Vagas: 02
classif. - nome - inscrição - documento - prv. escrita - prv.
oral - currículo - nota final
1 º - ANDRE EDUARDO AMARAL RIBEIRO - 0300099 0 -
25866146X SP - 76,000 - 70,000 - 24,00 - 170,000
2 º - FABIO DE LIMA CRISCI - 0300086 9 - 288736473 SP -
54,000 - 60,000 - 18,00 - 132,000

sábado, 22 de dezembro de 2012

Poucos norte-americanos pedem aos médicos para que lavem as mãos.



Resenha crítica do cirurgião dentista, estomatologista, discente de MBA em Gestão de Saúde e Controle de Infecção e assessor em Biossegurança Prof.  Livre Docente Jayro Guimarães Jr.



A empresa Kimberly-Clark, comerciante de produtos associados aos cuidados e prevenção da saúde, anunciou os resultados de uma pesquisa sobre atitudes dos pacientes em relação à higiene das mãos (HM) em um ambiente de saúde. De acordo com os resultados do estudo, 72% dos inquiridos nunca perguntaram aos profissionais de saúde se tinham lavado ou higienizado as mãos antes de começar um exame ou procedimento.
De acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a HM é uma das maneiras mais importantes para evitar a propagação de infecções. 
Cerca de 1,7 milhões de pacientes contraem uma infecção hospitalar (IH) a cada ano nos EUA.  Isso significa que um em cada 20 indivíduos será infectado, enquanto procura ajuda para um problema médico em um hospital. 
As IHs ceifam mais vidas de norte-americanos do que o câncer de mama e a infecção HIV/AIDS combinadas, respondendo por cerca de 99.000 mortes/ano. Muitas destas infecções são evitáveis.
Conduzida pela ORC International, uma empresa de pesquisa de mercado, em nome da Kimberly-Clark, a pesquisa analisou on line as percepções e comportamentos sobre a HM de 1.020 norte-americanos, entrevistados de 31 de maio a três de junho de 2012.  
Os resultados foram ponderados para a idade, sexo, escolaridade, região geográfica e raça, sempre que necessário para alinhá-los com suas proporções reais na população dos EUA.
Os principais resultados incluem:

  • Poucos pacientes solicitam a HM. Apenas 5% dos entrevistados sempre pedem que médicos e outros profissionais hospitalares higienizem as mãos antes de começar um exame ou procedimento. 
  • Há falta de percepção dos riscos. Entre os norte-americanos que não pedem que profissionais da saúde executem a HM, 40% disseram que não perguntam porque presumem que os profissionais de saúde façam-na antes de tratar todo paciente. Além disso, 34% disseram que simplesmente não se lembram de fazer esse pedido e 21% disseram que sentem que não é sua responsabilidade perguntar. Apenas 30% não perguntam por que observaram que a HM foi realizada.   
  •  Os pacientes mais idosos hesitam mais ao perguntar. Quase 25% dos norte-americanos com 55 anos ou mais não se sentem à vontade para fazer a solicitação, em comparação com 12% dos que têm de 18 a 34 anos de idade. 
  • Os pacientes não são conscientizados. Apenas 8% dos entrevistados receberam folhetos ou literatura em hospitais descrevendo técnicas adequadas de HM e dicas de prevenção de infecções.  Para apenas 5% deles foram fornecidas informações específicas sobre HM e prevenção de IHs em celulares ou on line.

"Os pacientes e seus visitantes podem e devem tornar-se conscientes das medidas simples que podem ajudar a reduzir a exposição à IHs, tais como pedir aos profissionais que façam a HM", disse Victoria Naum, Diretora Executiva da Safe Care Campaign (Campanha de Cuidados Seguros). "Tendo experimentado pessoalmente os efeitos devastadores das IHs, eu sei do papel crítico que a educação do paciente pode desempenhar na prevenção de infecções e salvamento de vidas."
"A evolução da vigilância sobre IHs, juntamente com o reconhecimento de que muitas delas são evitáveis, fez que as unidades de saúde enfatizassem ainda mais a importância da implementação dos métodos de prevenção baseados em evidências, como a HM, para reduzir a incidência de infecções",, disse o médico William R. Jarvis,   Ex-Diretor do CDC, e Presidente da Jason e Jarvis Associates LLC, uma consultoria privada. "Educar pacientes e seus entes queridos lhes permite servir como defensores da segurança, tendo um papel ativo em seu tratamento, ajudando a garantir que a prevenção da IH é o dever de todos os médicos."
"Os hospitais e outros estabelecimentos de saúde são obrigados a proteger os pacientes de infecções, mas a redução e prevenção de IHs é realmente responsabilidade de todos", disse o Dr. Wava Truscott, diretor de Assuntos Científicos e Educação Clínica da Kimberly-Clark. "Os resultados desta pesquisa são convincentes e ressaltam a necessidade de uma maior sensibilização e educação dos pacientes para prevenir a disseminação das IHs”.

Comentários do resenhista

  1. HM e outras noções de prevenção básica de saúde deveriam ser, obrigatoriamente, ensinadas nas escolas de ensino fundamental. A HM deve ser uma prática constante e rotineira de todos e não somente dos profissionais de saúde. Ao chegar da rua e antes de cumprimentar sua família é aconselhável fazer a HM. 
  2. Quanto aos profissionais de saúde está se falando de um dever inalienável e tem de ser realizada com técnica adequada ainda que se usem luvas. Apesar da ênfase na HM dada desde 1845, pelo médico húngaro Ignaz Semmelweis, ainda são necessárias, no século 21, inúmeras e persistentes campanhas educativas para que os profissionais de saúde sensibilizem-se para a sua prática. A educação continuada em infecções relacionadas à assistência à saúde é uma necessidade importante, mas nem sempre é levada com a devida seriedade, haja vista que seu conhecimento básico não faz parte dos currículos obrigatórios dos cursos de graduação de algumas profissões relacionadas à assistência à saúde.  Pasmem! Peço a atenção dos Ministérios da Educação e da Saúde! 
  3. Por dever de justiça, isento os cursos de Enfermagem desta distorção. São as enfermeiras (infelizmente, não todas) as que mais cuidam da biossegurança de seus pacientes e da aplicação das normas das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar. 
  4. Escrevo com notória preocupação. Escrevi um livro sobre Biossegurança Odontológica e, depois de tornar-me Livre Docente, curso uma MBA em Gestão de Saúde e Controle de Infecção, isto é, acompanho de perto o assunto. 
  5.  É preciso que todos (pacientes e profissionais) se lembrem de que não é possível “zerar” as IHs. Um corriqueiro estetoscópio é capaz de transmitir infecções e devem ser desinfetados entre um paciente e outro. Não poderiam também ser carregados para todo lado como se fossem adereços profissionais. 
  6.  Além dos óbvios benefícios para a saúde geral, a prevenção das IHs custa muito menos do que o tratamento destas infecções. 
  7.  As pias devem estar à vista dos pacientes para que não haja dúvida alguma sobre a realização da HM. Se não feita, os pacientes deveriam se recusar a serem tocados.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Ainda a glicosamina com condroitina


Compare os preços entre o Brasil e os EUA:

No Brasil:

Condroflex (Zoadiac) 30 sachês
Sulfato de glicosamina 1,5 g e sulfato de condroitina 1,2 g
tratamento para 15 dias

R$ 143,00

Nos EUA:

360 comprimidos, tratamento para 180 dias (dois comprimidos diários)
U$ 55,00 
(aprox. R$ 110,00)

Basta conferir no site do Vitamin World americano.

Detalhe: qualquer supermercado vende essa associação para alívio da artrose. Lá é considerado um suplemento alimentar, aqui é considerado um medicamento.


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Docente fala da relação entre a doença periodontal e problemas cardiovasculares


Por Nicolas Gunkel
nicolasgunkel@gmail.com 
11/12/2012

São Paulo (AUN - USP) - A possível relação entre a doença periodontal (que atinge a gengiva) e a doença cardiovascular (coração) foi aventada na década de 1990, ganhando destaque nos últimos vinte anos. A professora Luciana Saraiva de Campos, da Faculdade de Odontologia da USP (FO), falou da possível interação entre as duas enfermidades para delimitar o seu possível grau de interdependência. “Assim como as doenças sistêmicas parecem interferir no curso da doença periodontal como fatores modificadores, a doença periodontal também parece influenciar o curso e o desenvolvimento de doenças e condições sistêmicas.”
Segundo a docente, pacientes com a doença periodontal apresentam uma maior quantidade de bactérias orais na corrente sanguínea do que pacientes com a gengiva saudável. A passagem frequente de algumas bactérias orais para o sangue pode permitir uma acumulação na parede do coração, levando a um sério quadro de infecção conhecido como endocardite. Luciana ressalta, no entanto, que deve haver uma predisposição determinada no paciente para que tal quadro se complique, o que relativiza a relação entre as duas doenças.
A recente literatura tem relacionado a doença periodontite com a aterosclerose, processo pelo qual a parede interna de artérias passa por uma série de mudanças, podendo ocasionar lesões em suas paredes. Como o processo inflamatório tem um papel essencial a todas as fases da aterosclerose, as causas deste fenômeno têm sido investigadas como potenciais estimuladores da doença. “Desta maneira, é possível que a doença periodontal crônica, capaz de produzir uma inflamação não apenas local como também sistêmica, possa também influenciar a doença cardiovascular”, explica.
Há uma série de fatores de risco em comum entre a doença periodontal e a cardiovascular, como a idade, o fumo e a diabetes. “Por dividirem esses fatores de risco, a doença periodontal poderia ser apenas um marcador de risco para a doença cardiovascular”, afirma a professora. “No entanto, uma grande quantidade de evidências, inclusive de estudos epidemiológicos em diversos locais do mundo, vem demonstrando que a doença periodontal pode ser considerada um fator de risco independente para a doença cardiovascular.”
Apesar dos fatores de risco semelhantes, as duas doenças divergem quanto aos sintomas. “A doença aterosclerótica é silenciosa” alerta a docente. “Já a doença periodontal apresenta como características o sangramento gengival, a presença de edema na gengiva (aumento de volume), aparecimento ou agravamento da mobilidade dentária e a migração dos dentes em casos mais avançados.”
Segundo Luciana, uma boa resposta clínica ao tratamento periodontal pode influir na redução de alguns marcadores inflamatórios, provocando melhora na função endotelial e diminuindo os riscos da doença cardíaca. No entanto, outras variáveis como o fumo e o sobrepeso podem agir em sentido contrário, dificultando conclusões definitivas sobre a eficácia do tratamento. “Esse fator, junto com a falta de padronização de diagnóstico de doença periodontal, podem ser as maiores causas de heterogeneidade nos resultados apresentados na literatura.”
Outro fator a ser considerado, segundo a docente, é a demora e a severidade com que a doença cardiovascular se manifesta normalmente, tornando a situação periodontal apenas mais um fator de risco e não o condicionante. “Por mais que a doença periodontal seja associada à aterosclerose, seu tratamento seria como cessar outro fator de risco como o fumo ou sobrepeso”, explica. “Todos os fatores de risco têm um efeito cumulativo e pode não ser lógico que uma terapia de curto prazo possa melhorar a condição cardiovascular que ficou exposta a anos de doença periodontal.”
Para Luciana, é biologicamente plausível que a doença periodontal esteja relacionada à doença cardiovascular, mas ainda são necessários mais estudos para que se entenda a verdadeira influência da doença periodontal. “No entanto, enquanto essa dúvida persistir, todos os profissionais da saúde devem estar atentos para a existência da doença periodontal, encorajando seus pacientes a terem bons hábitos de higiene bucal e recomendando visitas regulares ao dentista.” 

Conselho Federal de Odontologia e seu presidente são investigados pelo MPF As irregularidades - pagamentos de contas pessoais, festas e diárias de hotéis - teriam ocorrido nos últimos dez anos; pedido de apuração dos fatos é assinado por cinco conselhos regionais; Ailton Diogo Morilhas Rodrigues diz que há motivação política


O Ministério Público Federal abriu duas investigações, uma civil e outra criminal, contra o Conselho Federal de Odontologia (CFO) e seu atual presidente, Ailton Diogo Morilhas Rodrigues. As denúncias se referem a pagamentos irregulares de contas pessoais do presidente da autarquia, além de festas e diárias de hotel. Cinco conselhos regionais assinam o pedido de investigação encaminhado à procuradoria.

As irregularidades teriam ocorrido no conselho ao longo dos últimos oito anos. Rodrigues - que nega as acusações - ocupou o cargo de vice-presidente nos últimos dez anos e acaba de ser eleito para a presidência do órgão. As denúncias foram oficializadas por um ex-funcionário que exerceu cargo de tesoureiro no CFO durante 11 anos e um empresário que prestava serviços por meio de uma agência de viagens. Ambos registraram em cartório as acusações, encaminhadas ao Ministério Público.

Segundo as denúncias, Rodrigues teria ordenado pagamentos superfaturados e fictícios quando era presidente em exercício e pagado contas pessoais e de familiares, além de ter assinado cheques em 2009 com notas fiscais também irregulares. Na declaração do ex-funcionário Kleber Vidal, antigo tesoureiro, são citados gastos ilegais com festas.
No documento, registrado em 28 de agosto deste ano, ele também declara que “no ano de 2006, na cidade de Angra dos Reis, pagou despesas com festas no valor de R$ 42 mil no Hotel Blue Tree, sem licitação e com pessoas estranhas ao sistema CFO”. O atual presidente nega que tenha havido esse encontro em Angra.

Já o empresário Alexandre Rodrigues de Oliveira afirma ter pago, entre os anos de 2005 e 2006, despesas de hospedagem e alimentação de Ailton Rodrigues, bem como de seus familiares, por meio de sua agência de turismo, a Shop Travel. Segundo Oliveira, o dirigente do CFO recebia diárias para esse custeio por meio do CFO e, portanto, superfaturava os gastos.

As primeiras denúncias vieram à tona neste ano em rede sociais. Com base nos indícios e nas declarações, os Conselhos Regionais de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás e Sergipe as encaminharam para a procuradoria. No pedido de investigação, os presidentes dos conselhos afirmam que as denúncias, “caso comprovadas, representam a ocorrência de graves delitos tipificados na legislação penal brasileira”.

Apuração. Um dos signatários do pedido de investigação, o presidente do Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro, Afonso Fernandes Rocha, afirmou que a ideia do encaminhamento é exatamente averiguar os indícios. “Como nós não temos como apurar, houve esse pedido à procuradoria para que se descubra a verdade.”

Na mesma linha, o presidente do Conselho de Minhas Gerais, Arnaldo Garrocho, diz que não podia fugir da “responsabilidade” de seu cargo, por isso fez o pedido oficial de investigação. “Recebemos denúncias e encaminhamos. Por uma questão ética, o conselho federal foi o primeiro a saber da denúncia.”

Apesar disso, o presidente do CFO, Ailton Rodrigues, afirmou por e-mail que desconhece “tais acusações”. Ele, que negou ter assinado cheques que fazem parte da denúncia, atribuiu as acusações ao processo eleitoral. “Trata-se de denúncia de ex-funcionário e ex-fornecedor que somente surgiram por ocasião do pleito eleitoral do CFO”, afirmou. Segundo ele, os cinco presidentes dos conselhos regionais que assinam o pedido de investigação fazem parte da oposição.

O Ministério Público recebeu a denúncia no dia 24 de outubro e ainda não ouviu os envolvidos. O ex-tesoureiro Kleber Vidal não quis dar entrevistas. Já o ex-proprietário da agência de turismo, Alexandre de Oliveira, não respondeu às mensagens encaminhadas pela reportagem. / COLABOROU DAVID FRIEDLANDER


PARA LEMBRAR
CFO quis evitar concursos

O Conselho Federal de Odontologia (CFO) foi à Justiça, sem sucesso, tentar manter contratações de funcionários sem concurso público. O CFO pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), em 2007, para reverter decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que exigia a realização de concurso público para admissão de pessoal pelos conselhos federal e regionais de odontologia.

A justificativa do CFO para propor o mandado é de que o acórdão do TCU confrontava decisão da Justiça do Trabalho que, em ação civil pública, determinou que os conselhos federais e regionais de odontologia não necessitavam de concurso público para fazerem contratações. Mas na ocasião o Supremo entendeu diferente.

No entendimento da ministra Ellen Gracie, então presidente do Supremo Tribunal Federal, os servidores do Conselho Federal de Odontologia “deverão se submeter ao
regime da lei 8.112/1990”, que regula o funcionalismo público.

RESPOSTA:


Em virtude de notícia veiculada nesta sexta-feira (14), o Conselho Federal de Odontologia (CFO) vem a público informar à sociedade e à imprensa que:

1) Até o momento, não houve citação formal por parte do Ministério Público Federal com respeito às investigações (nas esfera civil e criminal) que teriam sido abertas para apurar denúncias de suposto uso irregular de recursos da entidade;
2) Independentemente desta citação, O CFO – por meio de sua atual diretoria, corpo de conselheiros, funcionários e colaboradores – está à disposição para prestar todos os esclarecimentos e subsídios necessários aos órgãos competentes para que os fatos sejam devidamente apurados;
3) Cabe ressaltar que o CFO configura autarquia pública de caráter especial que, inclusive, é submetido a processos periódicos e regulares de auditoria interna e de órgãos de fiscalização e controle social, sendo que não há informes de irregularidades na atual gestão;
4) Os conselheiros federais de odontologia depositam sua confiança na atual gestão e em seu presidente, Ailton Diogo Morilhas Rodrigues, e acreditam que tudo será elucidado, sendo que se, em caso de confirmação das denúncias ou de constatação de manipulação dos fatos, os responsáveis deverão ser punidos;
Como órgão de representação de classe, o CFO salienta – mais uma vez - seu compromisso com a transparência, a verdade e a ética, a qual tem como princípios norteadores para o desenvolvimento de suas ações que têm como foco a boa prática da Odontologia e a defesa dos interesses da sociedade.

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2012.

CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Glicosamina e condroitina para artroses.

A dupla condroitina + glicosamina é muito cara no Brasil. 
Nos EUA, compra-se no supermercado por um preço muito menor, uns U$ 18,00 por 220 comprimidos.
Aqui, o Condroflex custa R$ 143,00 por mês.
Há alguns casos de artrose na ATM, mas o tratamento cabe ao reumatologista.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Herpes simples e estresse




O herpes simples é uma infecção virótica bem conhecida das pessoas. Grande parte da população é portadora do vírus. Muitas apresentam erupções herpéticas ocasionalmente ou freqüentemente, outras só têm o vírus sem sofrer de surtos de lesões.

O quadro clínico do herpes simples é bem sugestivo: aparece como pequenas bolhas agrupadas, antecedidas de minúsculas elevações avermelhadas. Depois que surgem as bolhas, elas se desenvolvem, no terceiro dia se rompem, deixando a superfície da pele ferida e, daí em diante, passam a regredir, desaparecendo espontaneamente no décimo dia de evolução.

Durante as crises, o paciente sente coceira, ardência e dor e, muitas vezes, há o aparecimento de ínguas dolorosas na área próxima das lesões.

Locais atingidos

A infecção herpética pode ocorrer em qualquer local da pele. O mais comumente atingido são os lábios, onde a erupção provoca um aspecto bastante inestético. O segundo local em freqüência é a região genital. Aqui, além do incômodo que as bolhas e feridas causam, existe o risco de contágio por contato sexual, o que torna o herpes genital uma doença sexualmente transmissível. Outros pontos atingidos, com menos freqüência, são a testa, na região do nervo oftálmico, que provoca bastante dor e oferece o perigo de atingir a córnea e ulcerá-la; e a região glútea, onde, por vezes, a dor é intensa pela inflamação de nervos.

A contagiosidade do herpes inicia-se no dia anterior ao surgimento das bolhas e estende-se até o quinto dia. A partir daí, cessa ou diminui acentuadamente. Isso exige, dos portadores de herpes, cuidados higiênicos para não transmitir a infecção para outros locais, principalmente os olhos, e atitudes preventivas para não contaminar outras pessoas. Assim, quem tiver herpes labial ativo não deve beijar outras pessoas, principalmente crianças, e quem tiver herpes genital deve abster-se de relação sexual até a regressão do quadro clínico.

Surtos herpéticos

Os surtos de bolhas voltam a ocorrer eventualmente. Em algumas pessoas, eles se repetem duas ou três vezes por ano e, em outras, com freqüência quinzenal. Os medicamentos são pouco efetivos, servindo mais para diminuir os sintomas, encurtar a duração dos surtos e, talvez, espaçar os surtos. Não têm, porém, a capacidade de eliminar os vírus do organismo.

Vários fatores favorecem o reaparecimento da erupção herpética. Entre eles, o cansaço físico, mudanças repentinas de temperatura, traumatismos no local onde se localizam os vírus, como uma mordida no lábio, e exposição à luz solar. É conhecido o fato de que portadores de vírus, dois ou três dias depois de chegarem à praia, em férias, sofrem uma crise herpética labial. A radiação ultravioleta lesa as células da pele e abre caminho à reativação do vírus.

Estresse

É fato freqüente, observado e relatado pelos próprios pacientes, o aparecimento de um surto herpético durante ou após um episódio de tensão emocional ou por estresse físico, cansaço ou esforço demasiado. É comprovada a relação entre esses eventos e a reativação do herpes.

O que se passa é que o estresse físico ou mental altera o mecanismo da inflamação e da imunidade por meio do estímulo à secreção de corticotropina pela hipófise e conseqüente mudança nos níveis de adrenalina, noradrenalina e glicocorticóides. Esses efeitos do estresse mudam a distribuição das células de defesa, os linfócitos, e atuam sobre o equilíbrio de dois tipos dessas células: a Th1 e a Th2.

A primeira realiza principalmente o ataque direto às células estranhas ao organismo; a segunda age preferentemente à distância, por meio de anticorpos. Um incremento da imunidade por anticorpos em detrimento da imunidade direta contra os vírus e a alteração da função de barreira da pele rompem o equilíbrio cutâneo, que mantém os vírus sob controle. O resultado é uma nova crise herpética.

Prevenção

É pouco o que se pode fazer para prevenir a reativação da infecção herpética. As medidas básicas, nem sempre exeqüíveis, são evitar contato direto com pessoa em fase de infecção ativa, evitar exposição à luz solar e evitar traumatismos no local onde costumam ocorrer as lesões.

Quanto ao estresse: estar consciente do nível de tensão física que está impondo ao organismo e tomar providências para reduzi-lo, como dormir suficientemente, cuidar do físico com exercícios, principalmente aeróbicos e de alongamento. E efetuar mudanças efetivas na qualidade dos pensamentos que produz para não criar irracionalmente pensamentos que geram tensões inúteis e lesivas ao funcionamento imunitário.

Em casos de surtos muito freqüentes, podem ser utilizados certos ativadores do sistema imunitário fitoterápicos, que freqüentemente dão boa ajuda no melhoramento da defesas orgânicas.


Colaboração: Dr. Roberto Azambuja - Dermatologista

sábado, 1 de dezembro de 2012

Ministério Público Federal estabelece à Odontoprev que é de competência exclusiva do cirurgião-dentista determinar a necessidade do uso de radiografias


O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República em São Paulo, estabeleceu, em 25 de outubro, Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a operadora de planos odontológicos Odontoprev.

O documento, assinado por representantes de ambas as partes e válido para todo o território nacional, determina que seja da competência única e exclusiva do cirurgião-dentista determinar ou não a necessidade do uso de radiografias ao longo do processo de tratamento do paciente.

Assim, a Odontoprev se compromete legalmente a não mais exigir dos cirurgiões-dentistas credenciados exames radiográficos com finalidade de auditoria, antes e depois da realização do procedimento odontológico, conforme já estabelecido previamente pela Resolução CFO 102/2010, que veta o uso indiscriminado de raio-X para tais fins.

A Odontoprev tem 120 dias para efetivar as obrigações estabelecidas pelo TAC, informando devidamente a rede credenciada sobre a mudança. O não cumprimento do acordo pela operadora implica multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

O TAC, no entanto, confere à Odontoprev o direito de exigir outras formas de comprovação da necessidade de determinado procedimento odontológico. Nesse caso, a operadora poderá solicitar ao profissional o envio de fotografias ou mesmo de um termo de consentimento assinado pelo próprio paciente.


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