terça-feira, 25 de setembro de 2012

Banco de Dentes da USP completa 20 anos

José Carlos Imparato conta a história e a importância da instituição Por Talita Nascimento São Paulo (AUN – USP) - O Banco de Dentes da Faculdade de Odontologia da USP (FO) completa 20 anos em 2012. Pioneiro no segmento, o banco, que começou suas atividades em 2002, foi o primeiro a desenvolver uma regulamentação para a coleção de dentes que começou a montar na época. A instituição tem a função de coletar e disponibilizar as doações que recebe para alunos do curso de Odontologia. Hoje o banco é voltado para o estudo e pesquisa, mas em sua criação a intenção era juntar uma coleção com quantidade razoável de dentes para serem usados em restaurações. Na época não existiam regras para armazenar esse tipo de material e, por isso, José Carlos Imparato, principal idealizador do projeto, e outros professores parceiros procuraram desenvolver junto à Anvisa padrões para esse tipo de atividade. Daí em diante, Imparato conta que foi feito um grande trabalho para que as pessoas deixassem de ver os dentes como partes descartáveis do corpo. “Temos que ver os dentes como órgãos e não se joga um órgão no lixo”, diz o professor. Com o tempo, o intuito da instituição deixou de ser o de utilizar as peças em restaurações e passou a ser o de disponibilizar material para alunos e pesquisas da FO. Segurança para os estudantes Antes do banco de dentes, os alunos eram completamente responsáveis pelo material de aprendizado. “Na minha época, era comum ter de trazer uma cavidade bucal inteira para estudo”, conta o Imparato. Por conta dessa obrigatoriedade, os alunos partiam para métodos ilegais de obter as peças. “Os alunos acabavam comprando em cemitérios”, diz o professor, que considera que o número de dentes utilizados por ano pelos alunos tem sofrido alterações. Os dentes são um recurso cada vez mais escasso e, por isso, a média ideal de 30 peças estudadas por aluno em cada ano tem diminuído. Imparato fala que a média tem sido de 11 dentes por aluno: um na área de periodontia, dois na de dentística e 7 a 9 na endodontia. Essa mudança, na visão do pesquisador, não é negativa. “Se uma disciplina pede menos [dentes] e dá o mesmo resultado, é sinal de que não há problemas.” Ele ainda diz que a opção de dentes artificiais pode substituir o uso de algumas peças naturais sem problemas. O Banco de Dentes recebe doações de todas as formas, inclusive pelo Correio. As peças podem estar danificadas, cariadas, amarelas ou em perfeito estado, todas contribuem para o aprendizado dos alunos, além de evitar que o banco se esvazie. Mais organização Para incentivar ainda mais a prática de Bancos como esse é que está sendo criada a Associação Brasileira de Bancos de Dentes. Ainda no processo de desenvolvimento, a Associação disponibiliza duas bolsas de trabalho e promete organizar melhor esse segmento ainda tão novo tanto no Brasil como no mundo. O armazenamento de dentes, no entanto, não se limita a esse tipo de coleção. Existe também um conceito chamado de BioBanco que tem regulamentações quanto ao uso de dentes para pesquisas acadêmicas. A rastreabilidade é o mais importante dentro desse novo parâmetro. De acordo com a resolução 44 do Conselho Nacional de Saúde, publicada em maio deste ano, para contribuir com pesquisas é necessário que se saiba de onde o dente veio, data de chegada e todos os dados necessários para identificá-lo.

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