domingo, 25 de janeiro de 2009

Música alta e perda de audição

A exposição a sons intensos é a segunda causa de deficiência auditiva, dano que é possível prevenir, porém difícil de reverter. Às vezes, um único episódio de som muito intenso pode causar perda auditiva irreversível. Isto acontece porque o som muito alto danifica as células sensoriais auditivas, causando perda auditiva que pode levar a zumbidos e distorção sonora.
Os primeiros sintomas de perda de audição induzida por ruído são sutis e geralmente começam pelas freqüências agudas.
Podemos avaliar se o volume da música favorece a perda da audição quando:
• É necessário gritar para se fazer ouvir quando a música está tocando;
• Você ouve zumbidos depois de ter saído do recinto onde houve música;
• Aparece uma sensação de ouvidos cheios ou diminuição de audição após a exposição sonora.
O som tem a capacidade de afetar humanos sobre uma série de aspectos psicológicos e fisiológicos, segundo a escala de decibéis (intensidade do som) a seguir:
Até 90 decibéis (dB) os efeitos são principalmente psicológicos:
• O som de uma música pode acalmar, alegrar ou até excitar;
• Um som desagradável como o raspar de uma unha sobre um quadro-negro pode “arrepiar”;
• O som intermitente de uma gota d’água pingando de uma torneira pode impedir o sono, mesmo se tratando apenas de 30 ou 40 dB.
De 90 a 120 dB podem ocorrer efeitos fisiológicos, como alteração temporária ou irreversível da fisiologia normal do organismo. Os ambientes com essa intensidade sonora são considerados insalubres.
Acima de 120 dB o som pode começar a causar efeitos físicos sobre as pessoas, como:
• Vibrações dentro da cabeça;
• Dor aguda no ouvido médio;
• Perda de equilíbrio;
• Náuseas.
• E a própria visão pode ser afetada por som muito intenso devido à vibração, por ressonância, do globo ocular.
Próximo dos 140 dB pode ocorrer a ruptura do tímpano.
Além da música em volume alto em grandes shows e em ambientes fechados como “baladas”, danceterias e bares, o volume alto do som em automóveis e os walkmans, diskmans e iPods com fones de ouvido pode causar perda auditiva.
O uso contínuo de walkmans, diskmans e iPods pode causar problemas como tinnitus (ruído no ouvido). A pessoa é incomodada por uma zoeira na cabeça e ouve sons parecidos com os de sinos ou canto de cigarra.
As alterações na audição dependem da intensidade do ruído, do tempo de exposição, da freqüência e da sensibilidade do ouvido de cada um. Em geral, a zoeira é temporária, mas pode durar dias ou se tornar permanente.
Quem usa diskman duas horas por dia a 100 dB de volume é sério candidato a surdez irreversível. Muitos jovens desconhecem o fato de que um trauma acústico dessas proporções é progressivo e irreversível, oferecendo risco de perderem a audição até 30 anos antes do tempo de degradação natural do sentido.
Esse tipo de perda é traiçoeira e sutil. Por ser progressiva, a pessoa não se dá conta de sua evolução. Isto talvez explique por que jovens geralmente ouvem música em volume alto. Como estão perdendo a audição, precisam de volume cada vez mais alto para atingir o mesmo nível de prazer ao ouvir suas músicas preferidas.

Prevenção

• Uma dica para preservar a saúde auditiva é perceber se outras pessoas que estão próximas também estão ouvindo a música.
• Outra observação importante é evitar usar o fone apenas em um ouvido. Na maioria das vezes, quando isso acontece, costumamos exceder no volume e sobrecarregar a capacidade auditiva.
• Outro conselho é deixar o volume do tocador de mp3 na metade do volume máximo do aparelho.
• Evite ficar muitas horas seguidas ouvindo música por aparelhos de MP3, walkmans, diskmans.
• Procure ajuda médica tão logo seja percebida qualquer alteração da audição.

Ana Lívia Siller
Fonoaudióloga

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