terça-feira, 25 de novembro de 2008

Analgesia preventiva

A incidência da dor após procedimentos cirúrgicos de maior vulto pode retardar a reabilitação do organismo, dada a imobilidade que provoca, suscetibilizando os pacientes, principalmente os idosos, a várias complicações pós-operatórias, como a pneumonia e outras infecções, a trombose (formação de coágulos, ou trombos devido à estagnação do sangue no interior dos vasos sanguíneos), a embolia pulmonar (descolamento do trombo da parede do vaso sanguíneo, circulando no sangue até atingir os pulmões, bloqueando a oxigenação do sangue), a insuficiência respiratória e até mesmo a morte. A trombose resulta, na maioria das vezes, da imobilização do paciente durante as internações, ou após cirurgias mais complexas. Sem os movimentos, a circulação se torna mais difícil e as chances de formação de trombos aumenta.

Com a evolução do conhecimento médico sobre a dor, sabe-se hoje que sensações dolorosas intensas sensibilizam o sistema nervoso, fazendo com que o indivíduo sofra dores maiores posteriormente. Assim, durante uma cirurgia, se o paciente perceber uma sensação dolorosa, mesmo estando sedado e inconsciente pela utilização de anestesia geral, ocorrerá a sensibilização do seu sistema nervoso central, o que o tornará mais propenso a desenvolver dores mais intensas mesmo após a cicatrização e recuperação da cirurgia.

Prevenção e tratamento da dor após cirurgia

As pesquisas que vêm sendo desenvolvidas sobre o tratamento da dor crônica têm revelado que a prevenção da sensação dolorosa durante a cirurgia é um passo importante para evitar a ocorrência de dores fortes pós-operatórias. Tal medida é chamada “analgesia (alívio da dor) preventiva” e vem apresentando tendência de utilização crescente.

A analgesia preventiva é realizada com a utilização criteriosa de anestésicos locais para abolir a sensação dolorosa na área a ser operada pelo cirurgião, juntamente com o emprego da anestesia geral, e mantendo-se ainda a utilização de analgésicos após a cirurgia. Os anestésicos locais podem ser aplicados diretamente na área a ser operada (anestesia local), ou aplicados pelas técnicas de bloqueio de nervos, anestesia peridural e raquianestesia, dependendo da cirurgia realizada. O importante é garantir a analgesia antes, durante e após a cirurgia para se evitar a sensibilização do sistema nervoso.

Após a operação os métodos para alívio da dor pós-operatória podem contar com injeções intramusculares e intravenosas, analgésicos para serem ingeridos por via oral, e cremes anestésicos para serem aplicados localmente na ferida operatória. Geralmente o paciente recebe alta do hospital com receita para o uso oral de comprimidos analgésicos e antiinflamatórios, pois são de utilização mais fácil, o que não requer técnicas específicas de emprego.

Alguns experts acreditam que o emprego adequado das técnicas de analgesia preventiva, respeitando as particularidades de cirurgias específicas, pode acelerar a recuperação do paciente, prevenir a ocorrência de complicações pós-operatórias e diminuir a ocorrência e a intensidade da dor após a cirurgia, mesmo após a alta hospitalar.

Copyright Bibliomed, Inc


Opinião: essa era a idéia da Pfizer ao lançar o Bextra 40 mg IM. Nunca testei, mas um amigo médico ortopedista é fã desta técnica de analgesia preventiva.
Quem se interessar, tenho um texto sobre o tema. Pesquisadores chilenos se aprofundaram na técnica.

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