quarta-feira, 27 de maio de 2009

Dúvida: fisiatria?

Respondendo a uma dúvida que me chegou pelo Yahoo:

"O paciente com dor crônica na ATM deve procurar a ajuda de um especialista em fisiatria?"

Não.

Segundo Houaiss, fisiatria é especialidade médica que promove a saúde por meio da prevenção de incapacidade física, da avaliação e reabilitação de indivíduos incapacitados por dor, doença ou lesão e do tratamento por medidas fisioterápicas, em lugar de clínicas cirúrgicas ou radiológicas

Não confundir os termos fisioterapia e fisiatria.
O médico fisiatra, por exemplo, faz um tratamento para a reabilitação de um paciente politraumatizado após ter saído de uma longa internação. Conta com o trabalho de fisioterapêutas. É um caso complexo, tratado por uma equipe multidisciplinar.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Sintomas depressivos e síndrome de apnéia obstrutiva do sono

São Paulo, 20 de Maio de 2009

Contexto: A relação entre apnéia obstrutiva do sono (AOS) e sintomas depressivos é ambígua na literatura.

Objetivo: Investigar se há relação entre sintomas depressivos e intensidade da AOS.

Método: Estudo transversal e retrospectivo com 123 pacientes adultos, consecutivamente atendidos em laboratório de sono, para avaliar AOS, sem transtornos mentais nem uso de psicotrópicos. Para análise estatística (uni e multivariada), utilizamos as seguintes variáveis: sexo e idade, além de escores de diversas escalas: Escala de Depressão de Beck (EDB), Escala de Sonolência diurna de Epworth (EPW), Índice de Massa Corporal e o Índice de Apnéia /Hipopnéia (IAH).

Resultados: A análise univariada demonstrou fraca, mas estatisticamente significativa relação negativa entre EDB e IAH. Porém, na análise multivariada por regressão logística, esta relação inversa perdeu sua significância.

Conclusão: Não há relação causal, em nossa população estudada, entre sintomas depressivos e intensidade de AOS.

Keywords: apnéia obstrutiva do sono; sintomas depressivos; escala de depressão de Beck; índice de apnéia/hipopnéia.

Sintomas depressivos e síndrome de apnéia obstrutiva do sono - Arquivos de Neuro-Psiquiatria; [online]. 2009, vol.67, n.1, pp. 35-39

terça-feira, 19 de maio de 2009

Interferência do tipo de má oclusão nas medidas dos movimentos mandibulares: um estudo realizado com o apoio do exército brasileiro

Andrea Luiza Taumaturgo MetzgerI; Alcione Ramos CampiottoII; Paulo Cavalcante MuzyIII

RESUMO

OBJETIVO: correlacionar os diferentes tipos de má oclusões dentais com as medidas de lateralidade e protrusão mandibular e amplitude de abertura bucal de indivíduos adultos normais.

MÉTODOS: neste estudo participaram 127 militares do sexo masculino que serviam no 21º Depósito de Suprimento do Exército Brasileiro em São Paulo, no ano de 2005, com idades entre 18 e 32 anos. Do total de militares, 47 (39,16%) foram excluídos. Desse modo, a amostra final foi de 80 indivíduos os quais foram divididos em grupo controle (31 - 38,75%) e grupo experimental (49 - 61,25%). Na avaliação, foi realizada uma breve anamnese e inspeção oral, com posterior medição dos movimentos mandibulares de abertura bucal, protrusão e lateralidade para direita e para esquerda.

RESULTADOS: 69,38% de indivíduos portadores da má oclusão Classe I de Angle; 16,32% de Classe II-1; 6,12% de Classe II-2; 8,16% de Classe III. A medida de abertura de boca, relacionada com os tipos de má oclusão, não foi estatisticamente significante, apesar de terem sido obtidas as maiores medidas nos indivíduos portadores de Classe III. Já nas medidas de protrusão e lateralidade mandibular existiu uma diferença estatisticamente significante nos grupos de uma maneira em geral. 40,42% dos indivíduos apresentavam ausência de algum dente molar.

CONCLUSÃO: não houve relação entre a medida de abertura de boca com a presença de má oclusões. Entretanto, houve relação entre as medidas de protrusão e de lateralidade mandibular para a direita e para a esquerda com má oclusões.

DESCRITORES: Má Oclusão de Angle Classe I; Má Oclusão de Angle Classe II; Má Oclusão de Angle Classe III; Medidas






INTRODUÇÃO

O sistema estomatognático é composto por ossos, dentes, articulação temporomandibular, músculos, sistema vascular, sistema nervoso e espaços vazios. Qualquer alteração, principalmente sobre os dentes, tenderá a levar a um desequilíbrio de todo o sistema 1.

A relação entre os dentes é chamada de oclusão 2. Em 1899, Angle 3 definiu que em uma oclusão normal, cada arco dentário descreve uma curva na qual os dentes da arcada superior devem estar posicionados em harmonia com seus adjacentes e também com os da arcada inferior. Portanto, a má oclusão pode ser definida como o arranjo ou a disposição dos dentes no arco dentário e a relação destes com as bases ósseas e as estruturas relacionadas de forma diferente daquela aceita como fórmula humana 4, tendo sido classificada em classe I, II (divisão 1 e 2) e III por Angle 3.

Para essa classificação, o primeiro molar permanente é o elemento dental mais importante, pois Angle o classificou como o "dente chave de oclusão" 5. Esse é um dos motivos pelo qual este deva merecer toda atenção e cuidados, mas não só por sua importância funcional e necessidade de preservação, como também, por sua alta suscetibilidade à lesão de cárie e suas graves conseqüências, como a extração 6.

As más oclusões podem levar a mudanças na posição das articulações temporomandibulares 7. O mesmo autor constatou, por meio de um levantamento bibliográfico, que a posição anatômica da cabeça da mandíbula na fossa mandibular mais encontrada, em pesquisas realizadas, quando relacionadas às más oclusões são: Classe I (incluindo a oclusão considerada normal), centralizada; Classe II divisão 1, anteriorizada; Classe II divisão 2, posteriorizada; Classe III, anteriorizada.

Estas observações sugerem que pacientes portadores de más oclusões possam apresentar alterações na biodinâmica mandibular que poderá influenciar a realização dos movimentos de lateralidade e protrusão, assim como a própria amplitude de abertura bucal.

Para este estudo, serão comparadas as medidas mandibulares com os tipos de má oclusão, já que tais manifestações podem interferir na posição anatômica da cabeça da mandíbula na fossa mandibular 7.

Portanto, o objetivo deste estudo é relacionar os diferentes tipos de má oclusões dentais (classificação de Angle 3) com medidas de lateralidade e protrusão mandibular e amplitude de abertura bucal em indivíduos adultos sem queixas miofuncionais orofaciais.



MÉTODOS

A amostra foi composta por 127 militares do sexo masculino de diferentes raças (brancos, negros e mulatos) que serviam no 21º Depósito de Suprimento do Exército Brasileiro em São Paulo, no ano de 2005, com idades entre 18 e 32 anos. Do total, 47 foram excluídos devido à diferença da oclusão dentária quando comparado um lado com o outro; presença de alterações na mordida (aberta, topo a topo, cruzada) em nível dos dentes molares ou ausência destes.

Desse modo, a amostra foi de 80 indivíduos os quais foram divididos em grupo controle (31 - 38,75%) e grupo experimental (49 - 61,25%). Para fazer parte do primeiro grupo, era necessário que os participantes nunca tivessem realizado tratamento ortodôntico, mas que apresentassem uma oclusão chave-molar normal. Já o grupo experimental foi composto por soldados que também nunca haviam realizado tratamento ortodôntico, mas que apresentavam algum tipo de má oclusão pela classificação de Angle 3.

Tais soldados foram selecionados aleatoriamente, apenas com a condição de não terem realizado tratamento ortodôntico prévio. Todos os dados foram coletados por uma única examinadora, graduada em fonoaudiologia, apta a exercer a profissão pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia/2ª; região.

Inicialmente, foi solicitado para que os participantes lessem o termo de consentimento de participação na pesquisa com posterior assinatura no espaço reservado.

Após essa etapa, foi realizada uma breve anamnese que continha dados de identificação dos sujeitos; preferência de lateralidade mastigatória (se a resposta fosse positiva, era perguntado o lado e o motivo) e preferência por uma determinada consistência de alimento (líquido, pastoso ou sólido).

Para a realização da inspeção oral foi pedido para que os participantes se posicionassem sentados em uma cadeira comum, com os pés apoiados no chão, coluna ereta e cabeça em posição ortostática.

Foram observados pela fonoaudióloga: tipo de oclusão (chave-molar pela classificação de Angle); estado de conservação dos dentes (BEC-bom estado de conservação ou MEC-mau estado de conservação); ausências dentárias; tipo de mordida (aberta; topo a topo; cruzada; presença de sobressaliência, mordida profunda, diastemas, apinhamento; desvio de linha média); sinais e/ou sintomas de disfunção temporomandibular na abertura e fechamento bucal.

Também foi realizada palpação dos músculos masseteres e temporais para verificação de dor e simetria de contração muscular. Esta foi realizada da seguinte maneira: com a avaliadora posicionada em frente ao participante com as mãos sobre os masseteres direito e esquerdo para percepção de simetria da contração muscular; após esta etapa, foi perguntado ao participante se durante a palpação houve algum sintoma de dor. Posteriormente, o mesmo procedimento foi realizado nos músculos temporais.

Para a medição dos movimentos mandibulares (abertura de boca, protrusão e lateralidade para direita e esquerda), foi utilizado um paquímetro digital da marca Digimess do fabricante Pró-Fono. A medida de abertura bucal foi realizada com o paquímetro posicionado entre os incisivos superiores e inferiores (distância interincisivos), pedindo para que o participante abrisse a boca ao máximo (abertura forçada). Já a medida de protrusão mandibular foi obtida através da solicitação da avaliadora para que o participante protruísse a mandíbula para frente ao máximo. Por fim, foi obtida a medida de lateralidade mandibular para a direita e para a esquerda. Essa medição foi feita com o paquímetro posicionado através das linhas médias dos incisivos superiores e inferiores.

Todos os participantes deste estudo (grupo controle e experimental) foram avaliados com o auxílio de um protocolo elaborado pela avaliadora responsável especificamente para este estudo.

A pesquisa recebeu parecer favorável do CEP - Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, sob o número 031/05.

Para a análise estatística deste estudo foram usados os testes Kruskal-Wallis e Mann-Whitney e um nível de significância de 0,10.



RESULTADOS

Do total de 127 indivíduos avaliados neste estudo, 47 (39,16%) foram excluídos da amostra. Destes 47, 19 (40,42%) indivíduos tinham extraído algum molar superior, inferior ou ambos. O restante (28 - 59,57%) foi excluído por alteração da mordida nos dentes molares ou diferença da oclusão chavemolar quando comparado um lado com o outro.

Portanto, foram analisados, neste estudo, 80 militares que foram divididos em grupo controle (31 - 38,75%) e grupo experimental (49 - 61,25%),

Dentro do grupo experimental, os indivíduos foram separados em: Classe I (34 -69,38%), Classe II-1 (8-16,32%), Classe II-2 (3-6,12%) e Classe III (4-8,16%). Portanto, o tipo de má oclusão mais encontrada neste estudo foi a Classe I (69,38%). Tais dados são observados na Figura 1.





A partir da análise estatística, foi definido para este trabalho um nível de significância de 0,10 (10%).

Ressalta-se que foram utilizados testes e técnicas estatísticas não paramétricas, porque as condições para a utilização de técnicas e testes paramétricos, como a normalidade e homocedasticidade não foram encontradas (principalmente a normalidade) neste conjunto de dados obtidos.

Ao analisar a medida de abertura de boca (AB) com o auxílio do teste de Kruskal-Wallis para comparar os resultados entre os grupos Classe I, Classe II-1, Classe II-2, Classe III e Normal (Tabela 1), observa-se que a média de abertura de boca nos diferentes tipos de má oclusão foi: Classe I (50,52 mm); Classe II-1 (51,88 mm); Classe II-2 (44,67 mm); Classe III (55 mm). Portanto, a maior média encontrada foi nos indivíduos portadores da má oclusão Classe III. Entretanto, tais resultados não são considerados estatisticamente significantes. Os indivíduos do grupo controle obtiveram uma média de 50,61 mm.

Ao analisar a medida de protrusão mandibular (Tabela 2), pode-se observar que a média de protrusão mandibular nos diferentes tipos de má oclusão foi: Classe I (5,71 mm); Classe II-1 (5,25 mm); Classe II-2 (5,33 mm); Classe III (5,25 mm). Os indivíduos do grupo controle obtiveram uma média de 7mm.

Analisando tal tabela, conclui-se que existe diferença estatisticamente significante entre os grupos de uma maneira em geral. Porém, é preciso especificar onde a diferença ocorre de fato. Sendo assim, utilizou-se o teste de Mann-Whitney para comparar todos os grupos dois na dois e foi apresentado na Tabela 3 somente os p-valores destas comparações.

Nas medidas de lateralidade também existiu uma diferença estatisticamente significante entre os grupos de uma maneira em geral tanto para a direita (Tabela 4) quanto para a esquerda (Tabela 5). Sendo assim, utilizou-se o teste de Mann-Whitney (Tabela 6 e 7) para comparar todos os grupos dois a dois e descobrir onde a diferença ocorre de fato. O segundo quadro mostra somente os p-valores destas comparações.

As médias de lateralidade mandibular para a direita e para a esquerda, respectivamente, foram: Classe I (10 mm-9,21 mm); Classe II-1 (7,75 mm11,63 mm); Classe II-2 (10 mm-11,67 mm); Classe III (8,75 mm-8,25 mm). Os indivíduos com oclusão normal obtiveram uma média de 9,48 mm para a direita e 10,19 mm para esquerda.



DISCUSSÃO

Nesse trabalho foi observada uma prevalência de 40,42% de indivíduos com ausência de algum dos dentes molares. Em outro estudo 8, 36,7% dos indivíduos do sexo masculino havia extraído algum dente permanente, sendo que 91,8% eram dentes posteriores.

Nas cidades de Maceió e Recife 9, também houve uma maior porcentagem de perda dos dentes posteriores, 65,8% e 83,6% respectivamente. Estes resultados mostrados são maiores do que os obtidos neste estudo. A cárie foi apontada como o principal motivo das extrações dentárias.

Estudos internacionais também mostram a cárie como a principal causa de extração 10,11.

Já em outro trabalho 12, a porcentagem de dentes ausentes foi de 3,48%. Este dado não é semelhante à presente pesquisa, talvez pela diferença na faixa etária entre ambos, já que no primeiro foi realizado dos seis aos 18 anos e este dos 18 aos 32 anos.

A manutenção dos primeiros molares permanentes na arcada dental é de fundamental importância para o estabelecimento de uma oclusão estável, pois eles constituem, de forma específica, parte essencial do sistema estomatognático 6.

Dentro do grupo das más oclusões, o tipo mais encontrado, neste estudo, foi a Classe I (69,38%).

Em um outro realizado em 2002 13, foram encontrados: 48% de indivíduos portadores de má oclusão Classe I, 42% de Classe II e 3% de Classe III. Outro realizado também no ano de 2002 4 foi encontrado: 41% de portadores de Classe I, 26% de Classe II e 8% de Classe III. Em ambas as pesquisas, os resultados foram compatíveis com os apresentados, pois o tipo de má oclusão Classe I predominou na amostra.

Estudos internacionais mostram diferentes resultados com relação à prevalência dos tipos de má oclusão, como por exemplo, em alguns realizados em países da África mostram resultados compatíveis, ou seja, maior prevalência da má oclusão Classe I. Essa compatibilidade pode ser explicada pela semelhança do tipo racial quando comparado ao do brasileiro 14,15. Já em um norte-americano, foi mostrada uma maior prevalência do tipo de má oclusão Classe II 16 .

Com relação às medidas mandibulares, a abertura de boca nos indivíduos portadores de má oclusão Classe III foi a maior medida encontrada. Entretanto, não foi estatisticamente significante.

A média encontrada da medida de abertura de boca nos indivíduos com oclusão normal foi de 50,61mm. Em outra pesquisa 17 , foi encontrada uma média de abertura de boca em homens de 45,13mm. Este valor é menor do que o encontrado neste estudo. Esta diferença talvez tenha ocorrido pelo fato da nossa amostra ter sido composta, principalmente, por indivíduos negros e mulatos, ou seja, por indivíduos que apresentam uma maior abertura de boca quando comparados a outras raças.

Um trabalho realizado na França mostrou resultado muito semelhante à presente pesquisa. Mostrou uma média de abertura de boca em indivíduos adultos de 50,77mm 18. Já em outro realizado também na Europa 19, a média de abertura de boca foi de 50,6mm, ou seja, o mesmo resultado.

Na medida de protrusão mandibular, foi encontrado um resultado estatisticamente significante nos grupos de uma maneira em geral. A média desta medida, nos indivíduos portadores de oclusão normal, foi de 7mm. Tal resultado é compatível com o Índice de Disfunção Clínica de Helkimo e o Índice Craniomandibular 20 , os quais também mostram como normalidade protrusão mandibular de 7mm. Além disso, um trabalho internacional mostrou um valor de 8,2mm, ou seja, maior do que o obtido no presente estudo 19 .

Nas medidas de lateralidade para a direita e para a esquerda, também foram encontrados resultados estatisticamente significantes nos grupos de uma maneira em geral.

Nos indivíduos portadores de oclusão normal, as médias encontradas das medidas de lateralidade para a direita e para a esquerda foram de 9,48mm e 10,19mm, respectivamente. Estudo internacional mostrou semelhança nos resultados: 10,2mm para a direita e 10,6mm para a esquerda 19. Entretanto, não foram compatíveis com Índice de Disfunção Clínica de Helkimo e o Índice Craniomandibular 20 , já que estes demonstram como normalidade uma medida de 7mm tanto para a direita como para a esquerda. Portanto, sugere-se que os dados de literatura devam ser revistos para a nossa população.

É importante salientar que não foram encontrados trabalhos nacionais nem internacionais relacionando os tipos de má oclusão com as medidas mandibulares. Portanto, não foi possível comparar os dados obtidos neste estudo com de outros auto-res. Sugere-se a realização de mais trabalhos que abranjam este tema.



CONCLUSÃO

A partir da análise dos dados pode-se concluir que não houve relação entre a medida de abertura de boca e a presença de má oclusões. Entretanto, houve relação entre as medidas de protrusão e lateralidade mandibular para direita e esquerda com as más oclusões.



AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao 21º Depósito de Suprimentos do Exército Brasileiro e a todas pessoas que contribuíram para a realização deste trabalho: Carlos Euclides Olschowsky (Coronel Intendente), José Luiz Monteiro Giambartholomei (Tenente Coronel Intendente), Marcus Fernando Camillo Galia (Tenente Coronel Intendente), equipe da Seção de Saúde e a todos participantes da amostra.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

PROJETO DE LEI N° 2776, DE 2008

Do Sr. Neilton Mulim


Estabelece a obrigatoriedade da presença de profissionais de odontologia nas unidades de terapia intensiva e dá outras providências.



O Congresso Nacional decreta:

Art. 1° Esta lei estabelece a obrigatoriedade da presença de profissionais de odontologia na equipe multiprofissional das unidades de terapia intensiva.
Art. 2° Em todas unidades de terapia intensiva, bem como em clínicas ou hospitais públicos ou privados em que existam pacientes internados será obrigatória a presença de profissionais de odontologia para os cuidados da saúde bucal do paciente.
Parágrafo único. Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) o profissional será um cirurgião-dentista, e nas demais unidades profissionais de odontologia com qualificação para atuar nessa área.
Art. 3º O descumprimento desta lei implicará nas penalidades legais aplicáveis pelos órgãos e entidades de controle social dessas atividades.
Art. 4º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.



JUSTIFICAÇÃO

Os pacientes internados em Unidades de Terapia intensiva (UTIs) devem receber - como o próprio nome sugere - cuidados especiais e constantes, não só para tratar o problema que o levou à internação, mas também para cuidar dos demais órgãos e sistemas que podem sofrer alguma deterioração prejudicial para sua recuperação e prognóstico. Nesses cuidados deve estar incluído o tratamento odontológico, com higiene bucal adequada, dada a inter-relação entre doenças bucais e sistêmicas. No entanto, é raro encontrar um cirurgião-dentista fazendo parte da equipe multiprofissional das UTIs.
Esse atendimento específico busca manter a higiene bucal e a saúde do sistema estomatognático do paciente durante sua internação, controlando o biofilme e prevenindo e tratando a cárie, a doença periodontal, as infecções perimplantares, as esomatites e outros problemas bucais.
Acrescenta-se, ainda, que o atendimento odontológico do paciente crítico também contribui na prevenção de infecções hospitalares, principalmente as respiratórias, entre elas a pneumonia nosocomial, ou hospitalar, uma das principais infecções em pacientes de UTI favorecidas por microrganismos que proliferam na orofaringe. Sua ocorrência é preocupante, pois é bastante comum entre esse grupo de pacientes, provocando um número significativo de óbitos, prolongando a internação do paciente e exigindo mais medicamentos e cuidados, conforme demonstrado no livro Cardiologia e Odontologia – Uma Visão Integrada (Editora Santos).

Considerando, também, que a grande maioria dos pacientes de UTI não tem como se queixar de seu estado e de seus incômodos, os profissionais responsáveis por cuidarem da manutenção de suas vidas e saúde devem estar presentes na equipe multiprofissional, que deve ser a mais completa possível. Com isso, requeremos a presença dos cirurgiões-dentistas, pois o fato de não haver cuidados bucais provoca desdobramentos que vão além da boca e além até da saúde integral do paciente. Dificuldades na melhora do quadro clínico do paciente e o prolongamento da sua estada na UTI geram uma diminuição no número de vagas disponíveis e aumentam os gastos hospitalares.
O atendimento odontológico desses pacientes, por outro lado, tem custo bastante baixo, é mais saudável e preventivo e ainda promove o conforto e bem estar deles, conforme assegura a cirurgiã-dentisa, Teresa Márcia Nascimento de Moraes - Mestre em clínica Odontológica Integrada pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo - que há cinco anos assiste os pacientes da UTI da Santa Casa de Misericórdia de Barretos/São Paulo, e tem vários artigos publicados comprovando a redução significativa desses custos, bem como das altas taxas de pneumonia encontradas nos pacientes críticos.
Para conhecimento de mais detalhes sobre o assunto, recomendo a análise do conteúdo de meu discurso sobre o tema, que estarei proferindo hoje, 14 de fevereiro de 2008, o qual estará registrado nos anais desta Casa.
Há mais de cento e cinqüenta anos, a higiene das mãos é a mais importante medida para o controle da infecção hospitalar. Mas, até o momento, outra fonte de infecção tão importante como a boca vem sendo esquecida. Deve-se, portanto, considerá-la um ambiente propício para o crescimento microbiano, principalmente nos pacientes que necessitam de ventilação mecânica, impedidos de fecharem a boca e em contato maior com o meio ambiente.
Pelo acima exposto, temos a certeza que os nobres Pares irão aperfeiçoar este projeto e, ao final, aprová-lo no sentido de darmos uma saúde de qualidade integral para a nossa sociedade e garantirmos ao nosso próximo o cuidado que gostaríamos que fosse dispensado a nós mesmos se estivéssemos em uma UTI.

Acerca de processos contra dentistas

Ouvimos muitos palpites sobre o assunto, mas a realidade é a seguinte:

Se houver de fato um erro profissional por parte de seu dentista, duas são as sentenças possíveis em um processo judicial:

1) O dentista será obrigado a reparar o dano. P. ex. refazer um canal

2) O paciente será indenizado em dinheiro, por quantia justa. Há jurisprudência sobre o tema - não deve a soma tornar o autor da ação um milionário. Ou seja, não existem indenizações de milhões de reais.

O valor das decisões dependem de cada juiz de direito, mas não devem fugir muito disso.

Concluindo: se você ouvir que determinada pessoa ficou rica processando o dentista, não acredite. O trabalho deverá ser refeito satisfatoriamente. Ou o paciente receber algum dinheiro.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Relação entre os índices de maturação das vértebras cervicais e os estágios de calcificação dentária

Objetivo: avaliar a relação entre os diferentes índices de maturação óssea das vértebras cervicais e os estágios de calcificação dentária, bem como verificar as diferenças existentes entre os gêneros, em uma amostra de indivíduos de 10 a 14 anos de idade.

Métodos: a amostra consistiu de telerradiografias laterais e radiografias panorâmicas de 464 indivíduos de ambos os gêneros, classificadas de acordo com os índices de maturação das vértebras cervicais descritos por Hassel e Farman (1995) e os estágios de calcificação descritos por Nolla (1960).

Resultados: os resultados obtidos mostraram correlação entre as variáveis estudadas (p < 0,05).

Conclusão: confirmando dados da literatura, observou-se uma precocidade, tanto nos índices de maturação das vértebras cervicais quanto nos estágios de calcificação dentária para o gênero feminino em relação ao gênero masculino.

Palavras-chave: Maturidade, Vértebras cervicais, Calcificação de dentes.

Relação entre os índices de maturação das vértebras cervicais e os estágios de calcificação dentária - Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial; vol.14 no.2 Maringá mar./abr. 2009

Trabalho: ERIKA KARINA FAVERO

DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR
UMA VISÃO ETIOLÓGICA E TERAPÊUTICA
MULTIDISCIPLINAR

RESUMO
As disfunções da articulação temporomandibular ( DTMs )
têm sido muito pesquisadas e discutidas devido às grandes controvérsias existentes
nesta área.
Neste trabalho teórico, serão mostrados os componentes
anatômicos e fisiológicos da articulação temporomandibular ( ATM ), a terminologia
e classificação das disfunções temporomandibulares, seus principais sinais e sintomas,
as bases etiológicas e os tratamentos envolvidos nesta patologia.
Atualmente parece ser consenso que fatores estruturais,
funcionais e psicológicos estejam reunidos, caracterizando multifatoriedade à origem
dessa disfunção.
O tratamento de casos de disfunção da ATM exige um
conhecimento profundo da etiologia do problema pois alguns recursos multidisciplinares são necessários.
Esta monografia poderá ser útil para vários profissionais como
fonoaudiólogos, odontólogos, psicólogos, otorrinolaringologistas, fisioterapeutas e psiquiatras pela própria determinação multifatorial da patologia e a busca do tratamento multidisciplinar.

...

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse trabalho teórico foi pesquisar a etiologia e
tratamento das DTMs.
As controvérsias existentes e os questionamentos que surgem
perante um paciente com DTM que procura o atendimento fonoaudiológico, foram as principais motivações para esta pesquisa.
Ao se considerar a etiologia do problema, que normalmente norteia
os procedimentos de tratamento, é possível encontrar dois períodos bastante distintos na literatura.
O primeiro, iniciado conjuntamente com os relatos de Costen, na
década de 30, onde os fatores oclusais eram considerados como sendo os causadores dos sintomas de DTM.
Tal grupo acreditava que a presença de contatos prematuros teriam a capacidade de alterar a posição mandibular e condilar, causando contrações musculares anormais e consequente dor.
Partindo-se desses conceitos, tornaram-se bastante populares
procedimentos irreversíveis de correção oclusal como desgaste seletivo e Reabilitação Oral.
Porém, com o passar do tempo e o surgimento de novas
instituições voltadas especificamente para o estudo das DTM, passou-se a observar que esses mesmos pacientes , tratados com correção oclusal, voltavam a apresentar os mesmos sintomas.
Dessa forma, foi inaugurado um novo período na literatura, onde
se considerava vários outros fatores contribuintes como a presença de hábitos parafuncionais, condições sistêmicas, condições psicológicas e posturais.
Tornou-se bastante popular, então, a aplicação de modalidades
terapêuticas não invasivas, como a utilização de placas oclusais, fisioterapia, medicação, entre outras. Esse último grupo de pensamento tem se tornado bastante fortalecido ultimamente, resultado de conclusões de pesquisas bem elaboradas, seguindo metodologias aceitas internacionalmente.
Apesar do aumento do número de estudos realizados nesta área,
ainda existem muitas controvérsias, principalmente em relação à sua etiologia e tratamento. No entanto, parece ser consenso atualmente que uma etiologia única não existe, sendo um problema de etiologia multifatorial e consequentemente, muitas vezes são necessários tratamentos multidisciplinares.
Existem fatores traumáticos na região da ATM, efeitos de
radioterapia na região da cabeça e pescoço, problemas degenerativos, perdas dentárias, fatores oclusais, alterações esqueléticas, alterações musculares, hábitos parafuncionais, estresse e problemas emocionais que podem reduzir a capacidade
adaptativa deste sistema de forma suficiente a levar à caracterização da disfunção.
O tratamento de casos de DTM exige um conhecimento profundo
da etiologia do problema. Um conhecimento adicional sobre anatomia, biomecânica normal da ATM, classificação, sinais e sintomas, diagnóstico, faixa etária onde a síndrome ocorre com maior frequência , sexo mais afetado e métodos de tratamento mais eficiente é também indispensável.
A partir do diagnóstico correto, passo inicial e fundamental para o
sucesso do tratamento, deve-se indicar a especialidade mais apropriada para atender a disfunção, sempre com o acompanhamento do cirurgião-dentista, que deve ser a mola mestra do tratamento.
O estresse parece ser um fator primordial, sendo assim torna-se
necessário não só um enfoque psicológico, mas também um relaxamento físico e mental, a fim de controlar o estado emocional e até melhorar o relacionamento entre profissional e paciente.
Pela evolução natural, técnicas alternativas são aceitas cientificamente, como é o caso da Acupuntura, milenar técnica chinesa, hoje reconhecida pela Medicina.
O tratamento de suporte, ou seja, aquele que vai atuar no sintoma
e não necessariamente na etiologia, consta do alívio dos sintomas através da administração de um analgésico que minimiza a dor.
Os primeiros pesquisadores reconheceram a oclusão como uma
das causas principais do problema, dessa forma, diversos tipos de tratamento têm sido sugeridos: extração dos dentes, placas e férulas oclusais, desgaste seletivo, cirurgia da ATM e outros têm sido utilizados com relativo sucesso.
É frequente a utilização de técnicas auxiliares fisioterápicas para o
tratamento da ATM como a eletroterapia. Utilizando ondas eletromagnéticas obtém-se relaxamento muscular e melhora das condições circulatórias e inflamatórias.
Em alguns casos, a atuação do fonoaudiólogo, torna-se importante
coadjuvante no tratamento global do indivíduo. Este tratamento vai depender da fase de tratamento odontológico que o paciente se encontra e de quais são seus sintomas atuais.
Todas as informações contidas neste trabalho são de suma
importância àqueles que pretendem encaminhar-se para o complexo caminho do diagnóstico e tratamento das DTM.

Autora: Erika Karina Favero

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Indicador Profissional

Odontolest Assistência Odontológica
Drª Mariana Mano Moreira da Silva
Especialista em Periodontia pela Universidade Camilo Castelo Branco - Unicastelo

GEEO Assistência Odontológica
Dra. Ana Estela Marques De Almeida
(011) 5575-1150 (011) 5081-4288
Vl Mariana
São Paulo SP

Daniela Lattuf Cortizo
Osvaldo Argentini Jr.

domingo, 10 de maio de 2009

15° CURSO CONTINUADO DE CIRURGIA CRANIO-MAXILO-FACIAL‏

3ª REUNIÃO – 11/ MAIO / 2009 – SEGUNDA-FEIRA – 20:00 h


HOSPITAL SAMARITANO
Rua Conselheiro Brotero, 1486 – 1º andar - Higienópolis
SALA DE TELEMEDICINA

ESTACIONAMENTO NO LOCAL – R$ 7,00 / período do curso

Organização: Associação Brasileira de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial, com apoio do Capítulo de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Comitê Multidisciplinar de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial da Associação Paulista de Medicina.

TEMA: ÓRBITA

Coordenação: Prof. Dr. Dov Charles Goldenberg e Prof. Dr. Nivaldo Alonso

20:00 – 20:30 – Anatomia aplicada 3 - Órbita
Dr. Wilson Cintra Junior – HC - FMUSP – SP

21:00 – 21:30 – Fraturas da órbita
Dr. Sergio Luis de Miranda –Hospital Albert Einstein– SP

21:30 – 22:00 – Moderador
Dr. Dov Charles Goldenberg – HC - FMUSP – SP


Secretaria e Informações
ABCCMF - Associação Brasileira de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial
Numen Eventos - Tel/Fax.: 11-3341.2980 / 3207.8241
www.abccmf.org.br - abccmf@abccmf.org.br

sábado, 9 de maio de 2009

“DIAGNÓSTICO DA DOR OROFACIAL: O PAPEL DO CIRURGIÃO DENTISTA”

Você é nosso convidado especial para participar de uma Reunião Científica sobre “DIAGNÓSTICO DA DOR OROFACIAL: O PAPEL DO CIRURGIÃO DENTISTA” a ser realizada no dia 23 de maio/2009 – sábado, no Anfiteatro do Centro Médico – Sede Recreativa, às 08:30 h.

A referida palestra será ministrada pela Dra. Juliana Stuginski-Barbosa - Cirurgiã-Dentista, Especialista em Disfunção Têmporo-Mandibular e Dor Orofacial; Mestranda em Neurociências pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP; Colaboradora do Ambulatório de Cefaléia e Algias Craniofaciais do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – USP; Membro do Subcomitê de Dor Orofacial da Sociedade Brasileira de Cefaléia; Membro da Sociedade Brasileira de Estudo para Dor (SBED).



A mesma abordará os seguintes temas:

· Disfunção Têmporo-Mandibular: critérios de diagnóstico e modalidades abordadas no tratamento;

· Dores Neuropáticas Orofaciais - ênfase em Síndrome da Ardência Bucal, Dor de Dente Fantasma e Neuralgia do Auriculotemporal.



Pedimos aos interessados a gentileza de entrar em contato pelo telefone 16-3722-3290 ou via e-mail: centromed@francanet.com.br para fazer sua inscrição que é gratuita. Haverá limite de vagas.

Para nós sua presença é de suma importância para que o evento alcance nosso objetivo, que é contribuir para a sua atualização científica.



Conto com você !



Até lá !





Dr. Carlos Eduardo Martins Barcelos

Diretor Científico



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Juliana Stuginski-Barbosa
Mestranda em Neurociências pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Especialista em Disfunção Têmporo-mandibular e Dor Orofacial

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